sábado, 28 de novembro de 2009

O Ativismo Sexual do Presidente Lula

Em artigo publicado na Folha, um esquerdista histórico afirma que Lula tentou subjugar um rapaz quando estava na prisão. O presidente ficou perplexo
brasil119
O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? - Benjamin e Lula, em 1980, quando foi fichado: o “menino do MEP” seria João Batista dos Santos  

A um mês da estréia de Lula, o Filho do Brasil, surge um depoimento que contrasta fortemente com o filme de contornos hagiográficos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira passada, o jornal Folha de S.Paulo publicou um artigo que deixou de olhos arregalados todos os que o leram. Intitulado “Os filhos do Brasil”, o texto é assinado por César Benjamin, um dos mais célebres militantes da esquerda brasileira.
Entrou para o movimento estudantil ainda adolescente. Por sua militância política, ficou preso por cinco anos e foi expulso do Brasil em 1976. Quando voltou, empenhou-se na fundação do PT, do qual se desfiliou em 1995. Em 2006, foi candidato a vice-presidente pelo PSOL. Hoje, está sem partido. Cesinha, como é conhecido, relata o que teria sido uma revelação devastadora feita por Lula a ele em 1994.
Na ocasião, o petista iniciava sua segunda campanha a presidente. Benjamin estava na equipe de marketing do candidato. Ele relata: “Lula puxou conversa: ‘Você esteve preso, não é, Cesinha?’ ‘Estive.’ ‘Quanto tempo?’ ‘Alguns anos…’, desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: ‘Eu não aguentaria. Não vivo sem b…’. Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos trinta dias em que ficara detido. Chamava-o de ‘menino do MEP’, em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do ‘menino’, que frustrara a investida com cotoveladas e socos”. Segundo Benjamin, o diálogo foi presenciado pelo publicitário Paulo de Tarso da Cunha Santos. O publicitário, cujos contratos com o governo federal montam a 300 milhões de reais, negou em nota lembrar-se do episódio.
Por liderar greves no ABC paulista, Lula passou 31 dias preso no Dops, em São Paulo, em 1980, com outros sindicalistas. A reportagem ouviu cinco de seus ex-companheiros de cela. Nenhum deles forneceu qualquer elemento que confirme a história de Benjamin. Eles se recordam, porém, de que havia na mesma cela um militante do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP). “Tinha um rapaz com a gente que se dizia do MEP. Tinha uns 30 anos, era magro, moreno claro. Eu não o conhecia do movimento sindical”, diz José Cicote, ex-deputado federal.
“Quem estava lá e não era muito do nosso grupo era um tal João”, lembra Djalma Bom, ex-vice-prefeito de São Bernardo do Campo. “Eu me lembro do João: além de sindicalista, ele era do MEP mesmo”, conta Expedito Soares, ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O João em questão é João Batista dos Santos, ex-metalúrgico que morou e militou em São Bernardo. Há cerca de três anos, ganhou uma indenização da Comissão de Anistia e foi viver em Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Por meio do amigo Manoel Anísio Gomes, João declarou: “Isso tudo é um mar de lama. Não vou falar com a imprensa. Quem fez a acusação que a comprove”.
O Palácio do Planalto reagiu com indignação, qualificando o relato de Benjamin de “loucura”. O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, disse que o artigo de César Benjamin era ato de um “psicopata”. Carvalho afirmou também que Lula havia ficado “triste, abatido e sem entender” as razões que levaram o militante histórico a fazer um ataque tão destruidor contra sua honra.
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O artigo publicado na Folha de César Benjamin, um dos fundadores do PT, de onde saiu em 1994, depois de denunciar o surgimento do grupo de operadores de José Dirceu (Delubio Soares, Silvio Pereira, Marcelo Sereno, entre outros) e candidatou-se à vice-presidência da República em 2006, ao lado de Heloisa Helena, sobre as preferências sexuais de Lula, quando estava preso, não chega a ser novidade.
Em 1979, numa histórica entrevista a Playboy, Lula já havia confessado que tivera sua iniciação sexual em Garanhuns, ainda jovem, “com uma cabra”.

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Eu desconfio que ele usou o gênero errado para o pronome indefinido.
Talvez na entrevista pra Playboy ele tenha se referido a “um cabra”.

Veja a íntegra do inquérito do STJ sobre a corrupção no governo do DF

Segredo de Justiça foi suspenso nesta sexta. 150 policias da PF participaram da operação 'Caixa de Pandora'.
Foi deflagrada nesta sexta-feira (27) a operação "Caixa de Pandora" da Polícia Federal, destinada a coletar provas sobre suposta distribuição de recursos ilegais a aliados do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM).
Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalves, contra 16 pessoas físicas e jurídicas. A PF fez buscas na residência oficial do governador, em casas e gabinetes de secretários do governo, de deputados distritais e em empresas.
O  então secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, ex-delegado da Polícia Civil, concordou em colaborar com a PF, em troca de delação premiada. Ele foi exonerado nesta sexta.
A Polícia Federal usou 150 agentes na operação, apreendeu R$ 700 mil em dinheiro, além de US$ 30 mil e 5 mil euros durante as buscas realizadas em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte.
Veja abaixo o inquérito completo do STJ:
Volume 1
Volume 2
Volume 3
Apenso 1
Apenso 2
Apenso 3

Romaria para Juazeiro do Norte


AÇÃO ERRADA


Ministério Público entra com ação contra Maluf e Tuma por ocultação de cadáveres na ditadura. Documento diz que Paulo Maluf e Romeu Tuma teriam contribuído para a ocultação e pela não identificação das ossadas de mortos e desaparecidos políticos

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Eu acho que o mais correto seria entrar com uma ação por “exposição de cadáveres” ao invés de “ocultação”, já que os dois andam vagando pelos corredores do Congresso.

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Dois cadáveres insepultos exalando mau-cheiro no parlamento federal

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Supremo Tribunal Federal terá conta no Twitter

O Supremo Tribunal Federal (STF) terá uma conta no Twitter a partir de 1º de dezembro. A Corte passará informações sobre o que acontece na instância máxima do Judiciário brasileiro e usará o microblog para se comunicar com o público.
O STF já possui um canal de vídeos no YouTube, lançado no início de outubro.
De acordo com o STF, os usuários da rede social terão acesso aos itens mais relevantes das agendas do presidente e dos ministros da Corte, as pautas em destaque, além de conferir em tempo real flashes dos julgamentos mais importantes na Casa.
O STF já possui um canal de vídeos no YouTube, lançado no início de outubro. O canal disponibiliza imagens de julgamentos realizados na Corte e programas que foram produzidos pela TV Justiça.

Tribunal de Justiça do Ceará empossa oito novos desembargadores em sessão no Pleno



Os oito novos desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) tomaram posse nesta quinta-feira (26/11), em solenidade que contou com a presença de familiares, amigos e autoridades dos três poderes. Entre os presentes, estiveram o ministro César Asfor Rocha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ); o senador Tasso Jereissati; o ex-governador Adauto Bezerra; a defensora pública-geral do Estado, Francilene Gomes; o procurador-geral do Estado, Fernando Oliveira; e o secretário da Fazenda, Mauro Filho.
O desembargador Ernani Barreira Porto, chefe do Poder Judiciário cearense, fez o discurso de saudação aos novos integrantes do TJCE. "Dou as boas-vindas aos novos membros do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, mulher e homens de insofreável espírito público, magistrados de imaculada carreira, que doam suas vidas à realização da Justiça e que têm, nesta posse, o merecido reconhecimento", afirmou.
A posse dos desembargadores, segundo o presidente do TJCE, é um importante passo rumo a uma prestação jurisdicional mais célere. "Esta cerimônia representa muito mais que o benfazejo ingresso de oito novos desembargadores. Neste momento, celebramos importante vitória no sentido de suprir os que têm sede e fome de Justiça, os que dela necessitam de forma urgente, imediata e sem demora".
Pelo critério de antiguidade, foram empossados os seguintes desembargadores: Clécio Aguiar de Magalhães, Francisco Barbosa Filho, Francisco Auricélio Pontes e Wilton Machado Carneiro. Já por merecimento, tomaram posse Francisco Suenon Bastos Mota, Paulo Timbó Magalhães, Emanuel Leite Albuquerque e Sérgia Maria Mendonça Miranda.
A escolha dos novos integrantes do TJCE ocorreu no último dia 18 de novembro, em sessão extraordinária do Pleno. Os novos desembargadores deverão integrar a 5ª e a 6ª Câmaras Cíveis, criadas através do Assento Regimental nº 31/2009, publicada no Diário da Justiça do dia 1º de outubro de 2009. As sessões ordinárias das novas Câmaras ocorrerão às quartas-ferias, a partir das 8h30min.

Fortaleza será palco de reunião nacional de prefeitos na próxima semana

O evento visa discutir os principais temas em destaque no municipalismo brasileiro
O impacto da crise econômica internacional nos municípios brasileiros, as perspectivas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) paras as cidades e os royalties do pré-sal, são alguns dos temas que serão abordados na 56ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que acontece em Fortaleza na próxima segunda (30) e terça-feira (1º). O evento vai reunir gestores, secretários e dirigentes municipais das grandes cidades, além de representantes do Governo Federal, em debates acerca dos desafios dos municípios, especialmente das capitais e regiões metropolitanas brasileiras.
O encontro é promovido pela Frente Nacional de Prefeitos em parceria com prefeituras de todo País. A palestra sobre o marco regulatório e a destinação dos royalties do pré-sal aos municípios, contará com a presença do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e do deputado Henrique Alves, líder do PMDB. Outro tema previsto para discussão é o financiamento do ensino básico (avaliação do Fundeb).
Em paralelo à Reunião, serão realizadas dez fóruns de secretários e dirigentes municipais, nos quais vão se discutir assuntos como mobilidade urbana e trânsito; desenvolvimento econômico, finanças, relações internacionais, segurança pública, juventude e segurança.

Ciro Gomes participa de encontro com magistrados em Fortaleza

Além de Ciro, o também presidenciável José Serra tem compromisso marcado na capital
O deputado federal Ciro Gomes (PSB) tem compromisso marcado em Fortaleza, na tarde desta sexta-feira (27). O presidenciável participa do XXVI Fórum Nacional dos Juizados Especiais (Fonaje), no Ponta Mar Hotel, onde se encontra com magistrados de todo o país, além dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), César Asfor Rocha e Jorge Mussi.
Está na cidade também outro pré-candidato à Presidência da República. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), por sua vez, profere palestra na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) em Fortaleza e participa de seminário promovido pelo PSDB cearense em Canindé.

Improbidade, responsabilidade e risco de impunidade

Trechos da entrevista concedida pelo Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, ao repórter Juliano Basile, do jornal "Valor Econômico", na edição desta quarta-feira (25/11):
Valor: Como o senhor vê o debate, no STF, a respeito de os agentes políticos serem submetidos a ações de improbidade administrativa?
Roberto Gurgel: Essa é uma questão em aberto no Supremo. Não há decisão final a esse respeito. Os agentes políticos devem sim estar submetidos à Lei de Improbidade e não a crime de responsabilidade. Se eles forem acionados por crime de responsabilidade, só vão responder à ação enquanto estiverem no exercício do cargo. Essa tese é de extrema gravidade, pois, se for observada, resultará em impunidade. Fizemos um levantamento e descobrimos que 60% dessas ações são ajuizadas depois que eles deixam o cargo.
Valor: O senhor está dizendo que, se o STF livrar os políticos da Lei de Improbidade, as ações contra eles podem simplesmente ser extintas?
Roberto Gurgel: Se esse entendimento for consagrado - de que não cabe aos agentes públicos responder por improbidade, mas por crime de responsabilidade -, eles ficariam sem qualquer tipo de punição. Seria absolutamente desastroso. E é na ação de improbidade que se consegue de volta os bens desviados e se pode impedir que o agente político continue exercendo a função pública. A ação de improbidade é o grande temor dos prefeitos, pois os tira do cargo e indispõe seus bens.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Avião faz pouso de emergência após todas as privadas quebrarem

Foto: Foto ilustrativaProblema nos banheiros provocou um atraso de 18 horas no voo.
Três voos da companhia Cathay Pacific foram afetados por problemas nos banheiros.
Um voo da companhia Cathay Pacific que fazia o trajeto entre Riad (Arábia Saudita) e Hong Kong (China), no último dia 17 de novembro, precisou fazer um pouso de emergência depois que a tripulação descobriu, pouco depois da descolagem, que nenhum dos dez banheiros do avião estava funcionando.
Segundo a porta-voz da Cathay Pacific, Carolyn Leung, a companhia registrou três incidentes envolvendo problemas nos banheiros em aeronaves Airbus A330 e A340 nas últimas duas semanas. O caso mais grave foi o que ocorreu no dia 17. Na ocasião, o piloto precisou fazer um pouso de emergência em Mumbai, na Índia, o que provocou um atraso de 18 horas em um voo que normalmente demora apenas oito horas.
Outros dois voos afetados por problemas nos banheiros foram registrados no dia 9 de novembro, em um avião que ia de Roma (Itália) para Hong Kong, e no dia 19 de novembro, durante voo entre Dubai (Emirados Árabes) e Hong Kong.
Nos dois casos, o número de passageiros precisou ser limitado a menos de 240, depois que a tripulação descobriu, antes da decolagem, que apenas os banheiros em um dos lados do avião estavam funcionando.
A porta-voz afirmou que a causa exata dos problemas ainda não foi esclarecida, mas destacou que foram encontrados nos canos, durante a limpeza do sistema, frascos de medicamentos, meias, artigos de vestuário e brinquedos de pelúcia.

Demora para realizar julgamento em processo de Aquiraz/CE leva STJ a conceder HC, por excesso de prazo, mesmo com instrução criminal encerrada

Apesar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter editado a Súmula nº 52, segundo a qual a alegação de constrangimento ilegal por excesso de prazo não é mais aceita quando encerrada a fase de instrução criminal do processo, a Quinta Turma acatou pedido de habeas corpus e determinou a expedição de alvará de soltura a um homem que está detido há um ano e sete meses no município de Aquiraz (CE). No caso específico, os ministros consideraram que houve, sim, excesso de prazo na sua prisão – mesmo já tendo sido concluída a instrução criminal.
O motivo para essa flexibilidade no entendimento da Súmula nº 52 se deu porque os autos referentes ao caso foram concluídos e encaminhados para o juiz responsável em 26 de março deste ano. E, até hoje, nada foi providenciado em relação à prestação jurisdicional dessa ação penal na 2ª Vara da Comarca de Aquiraz. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) indeferiu habeas corpus apresentado pela defesa do réu, poucas semanas após o encerramento da instrução criminal, com base na Súmula nº 52. Mas, ao avaliar a situação, o relator do processo no STJ, Ministro Jorge Mussi, afirmou que não há como falar na súmula atualmente, em relação a esse caso, uma vez que já se passaram mais de sete meses da conclusão dos autos.
De acordo com o ministro, não é taxativa a aplicação da Súmula nº 52, podendo a mesma, pelo contrário, ser afastada quando o caso concreto apresentar “desarrazoada demora, mesmo após a finalização do sumário”. O réu foi denunciado em 15 de março do ano passado pela suposta prática de roubo circunstanciado e formação de quadrilha, devido a indícios de ligação com o bando responsável por vários assaltos na região. As alegações finais foram apresentadas em cinco de fevereiro deste ano e os autos, concluídos e encaminhados para o juiz em 23 de março.
“Se há mais de sete meses o caderno processual se encontra em poder do julgador, pronto para ser sentenciado, e não há a devida manifestação judicial sem que se trouxesse qualquer justificativa plausível para a demora, nada resta senão reconhecer a desídia do Estado-Juiz no encerramento da ação penal, circunstância geradora de constrangimento em favor do paciente”, afirmou o relator. O ministro ressaltou, ainda, que embora se admita a flexibilização do prazo para o encerramento da ação penal, quando assim exigirem suas peculiaridades, “isso deve ser justificado com base nos elementos do processo, além de observar os limites da razoável duração do processo” - o que não aconteceu.

Serviço secreto investiga casal que penetrou em jantar na Casa Branca

O Serviço Secreto americano está investigando informações de que um casal participou de um jantar oficial na Casa Branca, na terça-feira, sem ter sido convidado, segundo informações da imprensa dos Estados Unidos.
Tareq e Michaele Salahi não estavam na lista de convidados, mas conseguiram passar pelo forte esquema de segurança e participar do jantar oficial oferecido ao primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. O casal, apresentado pelo jornal Washington Post como "socialites (do Estado) da Virgínia do Norte" e "aspirantes a participantes do reality show Real Housewives of Washington", tirou várias fotos ao lado de políticos e celebridades durante o jantar e colocou as imagens no Facebook.
Entre as pessoas que aparecem nas fotos ao lado dos Salahi estão o vice-presidente, Joe Biden, e o chefe de gabinete do presidente Barack Obama, Rahm Emanuel.
Tareq e Michaele Salahi não estavam em lista de convidados de banquete em homenagem a premiê da Índia.
Segundo o jornal, Tareq e Michaele seriam "os primeiros penetras a conseguir entrar num banquete de Estado".
O porta-voz do serviço secreto, Ed Donovan, disse ao jornal que investigações preliminares identificaram "um posto de controle do serviço secreto que não seguiu os procedimentos corretos". Ele informou que o casal foi revistado e que não ofereceu riscos ao presidente Obama. "Todos os que entram na Casa Branca passam por revistas com magnetômetros", afirmou.
O jantar oficial em homenagem a Manmohan Singh contou com 320 convidados, e foi descrito como a cerimônia mais badalada e solene oferecida a um visitante estrangeiro durante o governo de Obama.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Maluf é condenado por superfaturamento em obra do túnel Ayrton Senna

Maluf é condenado por superfaturamento em obra do túnel Ayrton Senna

Justiça determinou devolução de R$ 4,9 milhões e multa de R$ 9,8 milhões. Em nota, Paulo Maluf diz que vai recorrer da decisão, de primeira instância.
O ex-prefeito de São Paulo e deputado federal Paulo Maluf, quatro diretores da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) na época (gestão 1993-1996) e duas construtoras foram condenados pela Justiça de São Paulo a ressarcir R$ 4,9 milhões aos cofres públicos pelo pagamento de um serviço não realizado na construção do túnel Ayrton Senna, na Zona Sul de São Paulo.
Além de devolver o dinheiro, os réus terão de pagar multa igual ao dobro do valor, o que dá R$ 9,8 milhões. A decisão da Justiça proíbe ainda os réus de fazer contratos com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais direta ou indiretamente, além de suspender os direitos políticos das pessoas físicas por cinco anos.
"Por força da ofensa aos princípios da legalidade e da moralidade administrativa, percebe-se que a irregularidade não se funda, exclusivamente, no prejuízo econômico/ financeiro, mas na atitude dos réus emdesacordo com o que se espera de um servidor público ", diz a sentença.
Cabe recurso à decisão, de primeira instância, da 6ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.

TJPE e CGJ concedem entrevista coletiva sobre punição de juízes


Em coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (24), no Palácio da Justiça, o presidente em exercício do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Bartolomeu Bueno, informou que, desde 2002, o Judiciário pernambucano vem investigando e punindo administrativamente juízes infratores. Ao todo, o Tribunal já determinou a aposentadoria compulsória - pena disciplinar máxima prevista pela legislação – a dez magistrados. Atualmente, três juízes estão sendo investigados pela Corregedoria Geral da Justiça (CGJ), de acordo com o corregedor geral, desembargador José Fernandes de Lemos, também presente à coletiva.
Segundo o desembargador Bartolomeu Bueno, a punição a juizes infratores iniciou em 2002, quando o desembargador Jones Figueiredo, hoje presidente do Tribunal, determinou, pela primeira vez, a prisão do então juiz da Vara Cível de Jaboatão dos Guararapes André Rui Andrade de Albuquerque. O ex-magistrado veio a ser processado e condenado pela Corte Especial em 2004. “A essa altura, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nem havia sido criado ainda. Então não se pode atribuir às pressões do Conselho as punições dos juízes. Hoje, posso afirmar que o TJPE é o Tribunal que mais pune juizes e servidores, proporcionalmente, no país”, falou o desembargador.
Entre os dez magistrados punidos, que tiveram seus nomes divulgados durante a coletiva de impressa, está o ex-juiz Max Cavalcanti, da Comarca de Palmerina. Ele foi aposentado compulsoriamente em julho, deste ano, após ser julgado pelo TJPE por crimes de pedofilia. A medida foi tomada antes das visitas do CNJ ao Judiciário Estadual. Segundo o presidente interino do TJPE, a Lei Orgânica da Magistratura estabelece como pena máxima para juízes condenados em processos administrativos a aposentadoria compulsória proporcional ao tempo de serviço. “A lei é branda, mas está sendo revista no Superior Tribunal de Justiça para aumentar as penas e o rigor nas apurações”, disse o desembargador Bartolomeu Bueno.
O corregedor geral da Justiça, desembargador José Fernandes de Lemos, informou que se encontram afastados das funções judiciantes, por decisão da Corte Especial do TJPE, os juizes Francisco Assis Timóteo, da Cormarca de São José do Belmonte, e Severino Coutinho, da Comarca de Bonito. Há, ainda, um terceiro juiz sendo investigado, mas o corregedor explicou que as investigações ainda correm em sigilo. 
Investigado há cerca de quatro anos pela CGJ e pelo serviço de inteligência do TJPE, Assis Timóteo é acusado de abuso sexual de criança e adolescente, formação de quadrilha e envolvimento em homicídio. Ele foi afastado do cargo, há um mês, através de procedimento cautelar, ação inédita do TJPE. “A decisão de afastá-lo foi para que ele não interfira nas investigações. Temos o prazo de 90 dias, prorrogáveis, para concluir a apuração e entrar com processo administrativo disciplinar no TJPE, que julgará o fato na Corte Especial. O caso também será levado ao Ministério Público, que poderá instaurar um processo criminal”, explicou o corregedor. Já o juiz Severino Coutinho, afastado no dia 9 de novembro, é acusado de abuso de autoridade.

A demorada posse da desembargadora do TRF-1

Sob o título "Juíza investigada toma posse como desembargadora", o jornal "O Globo" registra a posse da juíza Ângela Catão, da 11ª Vara Federal de Belo Horizonte, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
A magistrada foi investigada pela Operação Pasárgada, que apurou a atuação de um grupo de lobistas acusados de desvio de recursos do Fundo de Participação dos Municípios.
O desembargador Jirair Meguerian, atual presidente do TRF-1, foi o responsável pelo inquérito e autorizou a busca e apreensão de documentos em endereços da juíza.
A promoção da juíza, por antiguidade, foi aprovada pelo plenário do TRF-1 em março, mas o presidente Lula só confirmou a indicação no final de outubro. Ainda segundo o jornal carioca, atribuindo a informação a "um dos investigadores da Pasárgada", Lula só assinou a nomeação porque a juíza recorreu ao Supremo Tribunal Federal e exigiu a ascensão funcional.
A consulta ao site do STF oferece mais algumas luzes sobre o caso.
Ao despachar em mandado de segurança (*) impetrado pelo advogado Aristides Junqueira em favor da magistrada, a ministra Ellen Gracie determinou, no último dia 14 de outubro, a notificação do presidente Lula para que prestasse informações no prazo de dez dias. Foi enviada cópia da decisão à Advocacia Geral da União.
O presidente prestou informações e a União requereu ingresso no feito.
Em habeas corpus (**), impetrado em novembro de 2008, o mesmo advogado alegou que o STJ seria tribunal incompetente para conduzir inquérito judicial em relação à magistrada, e requereu que os autos retornassem ao TRF-1.
O ministro Ricardo Lewandowski indefiriu a liminar e manteve a decisão, em dezembro de 2008, ao apreciar pedido de reconsideração. No último dia 18, o juiz federal Weliton Militão dos Santos, também investigado na Operação Pasárgada, requereu o ingresso nos autos como litisconsorte.
Em abril de 2008, a juíza afirmou à Folha que os responsáveis pelo caso na Polícia Federal, na Procuradoria da República e na Corregedoria agiram de "má-fé". Ela alegou ser alvo de "perseguição" pelo então juiz-corregedor Jirair Meguerian.
A nova desembargadora ocupará vaga deixada pelo desembargador federal Antônio Ezequiel da Silva, que se aposentou em janeiro deste ano.
Sobre a solenidade da posse, a assessoria de imprensa do TRF-1 informa:
"A Mesa Diretora dos trabalhos foi presidida pelo desembargador federal vice-presidente, no exercício da Presidência, Antônio Souza Prudente, e composta, ainda, pelos ministros Marco Aurélio Mello, representante do Supremo Tribunal Federal (STF), Nilson Naves, representante do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e Carlos Alberto Soares, presidente do Superior Tribunal Militar, e pelo procurador-chefe Alexandre de Camanho Assis, da Procuradoria Regional da República da 1.ª Região.
Estiveram presentes à cerimônia, além de familiares da empossada, membros do STF e do STJ, da Advocacia-Geral da União e do Superior Tribunal Militar, procuradores federais, magistrados do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargadores aposentados do TRF da 1.ª Região, juízes federais, entre outras autoridades, além de diretores e servidores do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região".
(*) MS 28336
(**) HC 96936

Parada em motel com veículo oficial não é crime

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais rejeitou denúncia contra o prefeito de Lontra (MG), Ildeu dos Reis Pinto (DEM). Segundo o Ministério Público, ele teria se valido de um veículo oficial para ir a um motel com uma funcionária da prefeitura na cidade de Montes Claros, o que foi registrado em fotos.
Foi imputado ao prefeito o crime do art. 1o, II, do Decreto-Lei 201/67: utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos.
A denúncia foi rejeitada com base no entendimento de que a conduta não se enquadra ao tipo legal. Como o prefeito havia se deslocado com a funcionária para Montes Claros para pagar umas contas da municipalidade, não houve o dolo da sua parte na utilização indevida do veículo, já que apenas se valeu do ensejo para ir ao motel com a servidora.
A primeira instância havia aceitado a denúncia.
Eis a ementa:

PROCESSO-CRIME DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA - PREFEITO MUNICIPAL - PRELIMINARES - INÉPCIA DA DENÚNCIA - INOCORRÊNCIA - PROVA ILÍCITA - FOTOGRAFIAS DE PREFEITO - DIREITO DE PRIVACIDADE MITIGADO - NULIDADE DO PROCESSO - DESPACHO PROFERIDOS POR JUIZ DE PRIMEIRO GRAU - MERA IRREGULARIDADE - NÃO SUPERAÇÃO DE PRELIMINARES- PRELIMINARES REJEITADAS - USO INDEVIDO DE VEÍCULO PÚBLICO PELO CHEFE DO EXECUTIVO MUNICIPAL, - PARADA EM UM MOTEL - NÃO CONFIGURAÇÃO DE CRIME DE RESPONSABILIDADE PREVISTO NO INCISO II DO ART. 1º DO DECRETO-LEI Nº 201/67 - DENÚNCIA QUE SE REVELA IMPROCEDENTE - FALTA DE CONDIÇÕES DE PROCEDIBILIDADE - INTELIGÊNCIA DO ART 6º DA LEI 8038/90. A superação de preliminares somente tem lugar quando se vislumbra decisão de mérito mais favorável ao agente. Preliminares não superadas. Não há que se falar em inépcia da denúncia se esta não inclui a secretária do Prefeito no pólo passivo da ação penal, porque restou verificado que quem tinha a posse do veículo era o Prefeito e, se assim não fosse, tal não macula a ação penal quanto ao autor principal.As fotografias tiradas de pessoas públicas - como os dirigentes ocupantes de cargo público - não ferem o princípio da intimidade - ante a mitigação deste princípio quanto a estas pessoas, não se podendo, portanto, se falar em provas ilícitas.Os meros despachos ordinatórios praticados por juiz de primeiro grau, em processo de competência originária, antes do oferecimento da denúncia não macula ação penal, se tratando de mera irregularidade. Encontrando-se o veículo a serviço da municipalidade, rumando para Montes Claros, município situado há mais de 150 quilômetros do município de origem, quando já no município do destino o Prefeito resolveu efetuar uma parada, em motel, não constato onde essa circunstância se ajusta ao elemento normativo""utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos"" constante no tipo penal irrogado ao denunciado.Vale ressaltar que o uso indevido se insere na prática de dolo, que desde logo se revela inexistente in casu.Denúncia julgada, desde logo, improcedente. Vs.Vs. Vislumbrando conclusão que torna as preliminares superadas, estas não devem ser examinadas.(Des. Maria Celeste Porto). Narrando a denúncia a ocorrência de fato que, em tese, constitui crime, acompanhada de lastro probatório mínimo, que indica o denunciado como possível autor do ilícito penal em comento, o seu recebimento é medida que se impõe. Denúncia Recebida.(Des. Hélcio Valentim). (TJMG - PCO - 1.0000.08.479967-5/000 - 5a C.Crim. - Rel. Maria Celeste Porto - j. 10.11.2009)

CNJ exige concurso de 5 mil cartorários

CNJ investiga denúncias de que os cartórios judiciais do Paraná estariam privatizados e que titulares de cartórios extrajudiciais foram nomeados sem concurso
Mais de cinco mil cartorários de todo o Brasil terão de fazer concurso público para desempenhar o ofício. A determinação é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que exige o cumprimento da Constituição Federal de 1988.
O CNJ recebeu denúncias de que os cartórios judiciais do Paraná estariam privatizados e que titulares de cartórios extrajudiciais teriam sido nomeados após a Constituição de 1988 sem concurso público.
O CNJ realizou inspeção no Judiciário paranaense para identificar o número de titulares de cartórios não concursados. O relatório final sobre eventuais irregularidades ficará pronto no primeiro semestre de 2010. Em Maringá, existem 34 cartórios – entre judiciais e extrajudiciais - que foram inspecionados pelo CNJ.
O Conselho Nacional de Justiça, através da Assessoria de Comunicação Social, informou que está consolidando os dados recebidos de cartórios de todo o País para saber a situação de cada um. “Esse levantamento, portanto, ainda não está concluído e, assim, não temos informações detalhadas, por exemplo, de Maringá”, afirma o CNJ.
Após a conclusão deste relatório, o CNJ deverá estabelecer um prazo para que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) também faça uma seleção para preencher vagas. Outra medida prevista será o afastamento de oficiais aprovados em concurso público para assumir determinada serventia, mas transferidos para outra. É que o concurso é específico para cada cartório.
Com isso, cerca de 200 cartórios do Paraná teriam ficado na mira do CNJ. Um exemplo citado pela Corregedoria de Justiça vem de Curitiba, onde foram identificadas 47 serventias extrajudiciais herdadas por parentes dos titulares, sem coincidência de sobrenome. Deste total, 21 têm como oficiais pessoas com o mesmo sobrenome do titular.
Duas resoluções do CNJ, publicadas em junho passado, tratam da regulamentação dos cartórios de acordo com o estabelecido pela Constituição Federal. A primeira atribuindo aos tribunais de Justiça a responsabilidade de elaborar lista de delegações vagas e encaminhá-la ao Conselho Nacional de Justiça.
A outra refere-se à padronização do concurso público para o preenchimento de todos os cartórios. As resoluções tiram dos cargos notários e tabeliães que assumiram as funções após 1988 sem concurso público.
Uma Proposta de Emenda Constitucional 471/05, de autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), que pretendia isentar do concurso mais de 4 mil cartórios em todo o País, foi arquivada em setembro passado.

O Juiz Maranhense considerado o "Rei dos Bloqueios" é Suspenso pelo CNJ

Do Conjur
O Plenário do Conselho Nacional de Justiça afastou de suas funções, por unanimidade, o juiz Abrahão Lincoln Sauáia, da 6ª Vara Cível de São Luís, no Maranhão. A decisão proferida em sessão desta terça-feira (24/11) também suspende os vencimentos do juiz. Conhecido no estado pelos bloqueios de valores que ultrapassam os milhões de reais, Sauáia responde a mais de uma dezena de representações também na Corregedoria do Tribunal de Justiça do Maranhão.
A decisão do CNJ partiu de uma representação da Companhia Energética do Maranhão (Cemar)  contra o juiz. A Cemar é uma das diversas empresas que entraram com representações contra Sauáia por seus inusitados e mal justificados bloqueios de altos valores de empresas que são parte em ações. Os demais processos contra o juiz correm sob segredo de justiça no CNJ.
Testemunhas das decisões duvidosas já tomadas por Sauáia apostam que ele utiliza de seu privilégio para fechar acordos com partes e advogados. Nos processos julgados por ele, há diversos casos de concessão de tutela antecipada sem motivo, penhoras on-line de contas de empresas que nem tiveram a chance de apontar sua defesa e aplicação de multas injustificáveis. Também chama a atenção, a rapidez com que o juiz decide e manda executar os bloqueios suspeitos.
Estão em andamento 50 arguições de suspeição contra o juiz. Relatório publicado pela Corregedoria do TJ-MA no início do ano já previa 15 pedidos de instauração de processos administrativos por “desvio de conduta na direção de processos”, em ações que prejudicam empresas como o Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bradesco e a loja de departamentos C&A. Entre as decisões duvidosas, há também a denúncia de que o filho de Sauáia estava trabalhando como analista jurídico do tribunal, fazendo o horário das 8 às 14 horas, mesmo não sendo funcionário da vara da qual o pai é titular. O CNJ também apurou que havia diversos processos desaparecidos e de que “não há notícia de que o magistrado titular tenha determinado a restauração dos autos”. Outa irregularidade constatada: ações tidas como encerradas, são retomadas com a aplicação de multas e bloqueios de altos valores.
Uma testemunha de uma das empresas vítimas das decisões do juiz disse que ele costuma ter como alvo bancos e grandes empresas. “A situação de impunidade era tão grande, que já não víamos mais saída. Enquanto a imprensa nacional não denuncia, nossas reclamações não surtem efeito”, disse o advogado de uma das empresas afetadas. Os entrevistados que falaram com a ConJur não quiseram se identificar temendo represálias por parte do juiz.
Outro entrevistado disse que Sauáia é um juiz muito eficiente e preparado, por isso “há pouco espaço para impugná-lo”. De acordo com a testemunha os bloqueios efetuados pelo juiz não são juridicamente legais, mas o que mais impressiona é a agilidade do juiz em bloquear e sacar valores milionários. “Ele envia um oficial de justiça acompanhado por policiais que determinam imediatamente o bloqueio de valores e, em tempo recorde, ele já consegue sacar os valores”. Segundo o entrevistado, uma fazenda de R$ 2 milhões já apareceu como garantia para o levantamento de valores bloqueados, sem constar a autorização do titular. Em alguns casos, os imóveis de valores milionários aparecem em nome de advogados. “Nunca se viu tanta eficiência”, ironiza o entrevistado.

Homem é preso com câmera no sapato para filmar por baixo da saia de mulheres

Foto: DivulgaçãoWilliam Wright, de 53 anos, foi reconhecido por cliente de supermercado.
Policiais encontraram equipamentos escondidos na calça de Whight
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Um homem foi preso no fim de semana acusado de usar uma câmera no sapato para filmar por baixo da saia de mulheres em St. Petersburg, na Flórida, segundo o site "Tampa Bay Online".
De acordo com a polícia, William Wright, de 53 anos, teria feito imagens de mulheres usando saia em vários pontos da cidade. Ele foi reconhecido por uma cliente de um supermercado, que chamou a polícia.
A mulher disse que o viu um mês antes, no mesmo supermercado, e suspeitou que ele estivesse filmando as mulheres.
A polícia encontrou equipamentos como um disparador e fios saindo de seu bolso. O corpo da câmera estava dentro das calças, e a lente acoplada em um dos pés do sapato.

CNJ constata excesso de comissionados na Justiça de Tocantins

Relatório aponta irregularidades em empréstimos consignados de juízes.
Segundo conselho, magistrados tem baixa produtividade.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou nesta terça-feira (24) o relatório da inspeção realizada no Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO), que detectou uma série de irregularidades no Judiciário estadual. Dentre os problemas verificados, destacam-se algumas decisões judiciais não publicadas, a baixa produtividade dos magistrados e a ocupação indevida de cargos comissionados.
A Corregedoria Nacional de Justiça também detectou indícios de dois casos de nepotismo, constatou estruturas precárias em comarcas, como a de Araguaína, a falta de controle administrativo no tribunal e até irregularidades em empréstimos consignados tomados pela maioria dos magistrados tocantinenses. Diante do quadro, o CNJ fixou prazos de até 60 dias para a readequação do tribunal.
Um magistrado citado no relatório “teve comprometido 97% da sua remuneração” em março de 2008 e outro “recebeu, em fevereiro de 2009, apenas 1% do seu subsídio”. No documento, o CNJ não citou nomes. Em plenário, foi dito que um desses juízes recebeu cerca de R$ 200 em um determinado mês, porque o restante da remuneração estava comprometido para o pagamento de empréstimo consignado, descontado diretamente na folha de pagamento.
“Se verificou que a maioria dos magistrados recebe valores líquidos médios menores que 50% do subsídio”, destaca trecho do relatório. A situação descumpre resolução do próprio TJ-TO, que fixa em 30% da remuneração mensal o percentual máximo para a tomada de empréstimos em folha.
Baixa produtividade
Durante a inspeção, realizada em junho, o CNJ constatou que há uma baixa produtividade na Justiça tocantinense diante de um número positivo de juízes. Segundo os dados do relatório, há registro de 740 novos casos por magistrado no TJ-TO, enquanto a média nacional é de 2.066. No entanto, apesar do baixo número de processos, “a taxa de congestionamento no Tribunal é de 61,7% para a média nacional de 42,5%”.
Outra constatação é de que a Justiça tocantinense está longe de cumprir a Meta 2 de nivelamento do Poder Judiciário, que prevê até o fim deste ano o julgamento de todos os processos protocolados na Justiça até 31 de dezembro de 2005. Dos 45,2 mil processos identificados como inclusos na meta, apenas 13,2 mil foram julgados, restando 32 mil para serem analisados até o fim do ano. “Há uma decisão que aguarda publicação desde dezembro de 2007”, diz o documento.
Cargos em comissão
O relatório aprovado pelo CNJ aponta que apenas 9% dos 1.324 cargos em comissão da Justiça estadual são ocupados por servidores concursados. De acordo com o documento, uma lei estadual estabelece que “o quantitativo de 50% do total de cargos comissionados de direção e chefia seja preenchido por servidores efetivos do Poder Judiciário.”
Outro ponto destacado no relatório é a ausência de “intercâmbio documental” para formalização de um mesmo ato, o que, segundo o CNJ, inviabiliza o controle dos atos administrativos de forma eficiente. Quanto aos indícios de nepotismo entre dois servidores, os conselheiros determinaram que o TJ-TO verifique se há casos de parentesco e, se confirmados, que os servidores sejam exonerados.
Araguaína
Em relação à estrutura para trabalho, a pior situação foi constatada na cidade de Araguaína, onde “foram apontadas deficiências na informática – máquinas velhas, programas ineficientes –, estrutura predial insuficiente e mal conservada e excesso de processos criminais (mais de nove mil) para apenas duas varas”. “A comarca está esquecida pelo Tribunal de Justiça”, diz o relatório. “O que eu vi é assustador”, disse o conselheiro Jorge Hélio.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do TJ-TO esclarece que, “como a inspeção foi realizada de 22 e 26 de junho e estamos no final do mês de novembro, a maioria das questões apontadas no relatório já foram solucionadas.” Em nota, o tribunal destaca que licitou a criação de sete novos fóruns no interior, cujas obras serão iniciadas em dezembro.
O tribunal destaca ainda que o grau de parentesco entre os servidores, que poderia configurar caso de nepotismo, “não atinge os limites da lei”, mas informa que mesmo assim apresentará “levantamento minucioso” ao CNJ. Informa ainda que “a intenção é que haja número maior de servidores concursados”. Segundo o TJ-TO, assim que concluído o concurso de 2007, um novo edital será lançado.
Por fim, a nota desta que o tribunal tem julgado muitos processos o que pode ocasionar em atraso na emissão dos acórdãos, mas se propôs a publicar as decisões imediatamente após os julgamentos. “O Tribunal de Justiça do Tocantins acredita que a realidade do Judiciário no Estado é mais confortável que a dos demais Tribunais do País”, diz o texto.

TJCE - Desembargador Ernani Barreira destaca trabalho dos voluntários na conciliação


Difundir a conciliação como instrumento eficaz para pacificar conflitos e tornar mais ágil a prestação jurisdicional. Esse foi o objetivo do III Seminário de Conciliação, realizado nesta 3ª.feira (24/11), no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua.
A abertura do seminário foi feita pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ/Ce), desembargador Ernani Barreira Porto, que destacou o trabalho realizado pelos magistrados aposentados que atuam voluntariamente na Central de Conciliação do Fórum. “Eles devem ser reconhecidos pela dedicação e entrega absoluta ao Judiciário. São um modelo do que o magistrado deve ser”, afirmou.
O diretor do Fórum Clóvis Beviláqua, Francisco José Martins Câmara, afirmou que o Ceará tem ocupado papel de destaque no processo de difusão da conciliação. “Nossa Central é hoje modelo nacional”, enfatizou.
Para o coordenador da Central de Conciliação, juiz Eduardo Scorsafava, tem havido uma mudança de comportamento que favorece os acordos. “Nós, operadores de Direito, sempre fomos  preparados para o litígio. Mas hoje já começamos a assimilar que existem outras formas mais eficazes de solucionar os conflitos, que ajudam também a reduzir o acervo processual”, afirmou.
A advogada Roberta Carvalho, que participou de mesa redonda sobre os mutirões de audiências de negociação com bancos e instituições financeiras, também ressaltou a importância de consolidar a cultura da conciliação. “Observamos que ambas as partes já estão mais flexíveis e abertas à negociação”, disse.
A programação do seminário contou ainda com debate e palestras sobre os temas “A Conciliação como Instrumento de Distribuição da Justiça”, com o advogado Cândido Albuquerque; “Conciliação é o Caminho”, com a professora Dayse Braga, e “Ética nas Relações”, com o assessor pedagógico da Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará (Esmec).
O III Seminário de Conciliação foi promovido pela Central de Conciliação e Centro de Treinamento Integrado do Fórum Clóvis Beviláqua

terça-feira, 24 de novembro de 2009

TJ/GO - Anulada união de cônjuges que ficaram casados por apenas três horas

A juíza Maria Luíza Póvoa Cruz, da 2ª vara de Família, Sucessões e Cível, anulou casamento requerido por E.T.F e M.A.D. Os cônjuges ficaram casados por apenas três horas, quando descobriram incompatibilidade durante a ocasião do enlace.
Segundo a magistrada, o papel do juiz é dirimir conflitos e primar pelo consenso entre as partes, buscando o equilíbrio, em prol da justiça social. E no caso em questão, as partes, de comum acordo, assumiram o insucesso da união, que não trouxe reflexos. "Trata-se, portanto, de procedimento de jurisdição voluntária, pois os requerentes gozam autonomia para decidirem aspectos peculiares à sua esfera íntima, necessitando apenas de respaldo judicial", esclarece.  
Maria Luíza entendeu que como não há lide e o MP declinou de emitir parecer não há motivo para tornar definitiva uma situação que não se consolidou. A juíza friza que a jurisdição voluntária decorre da denominada "administração pública de interesses privados". Ela ainda ressalta que os requerentes são católicos e tiveram respaldo do órgão máximo de sua religião e esclarece que o casamento é relação jurídica continuativa que se protrai no tempo.

Indicação ao STJ preocupa juízes



Deu no Estadão
Para presidente da AMB, escolha direcionada de advogados para corte pode fragilizar a instituição

 Felipe Recondo, BRASÍLIA
 O presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), Mozart Valadares, avalia que a escolha direcionada de advogados para vagas destinadas a juízes de carreira no Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme a denúncia feita pela ministra Eliana Calmon, pode fragilizar a credibilidade da corte e servir de brecha a interesses políticos. "Isso não é bom para a sociedade, que precisa ter a convicção de que será julgada sem interferências externas", disse o dirigente da AMB. "A credibilidade e a imparcialidade são fundamentais."
 Segundo a ministra Eliana Calmon, após serem indicados por amigos políticos para os Tribunais de Justiça, nos Estados, advogados se tornam desembargadores e, em um ou dois anos, tentam disputar uma vaga no STJ.
 "Algum dia esse ministro pode ser útil no caso de se precisar de alguma coisa. Mesmo que não seja venda de sentença, é a simpatia, é o acesso fácil, é a forma de circular", afirmou ela ao Estado.
 Na última lista encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apenas um juiz de carreira disputa a vaga destinada a magistrados no STJ, aberta com a saída de Paulo Gallotti do tribunal. Os outros dois entraram nos Tribunais de Justiça vindos da advocacia. O desembargador Raul Araújo Filho, do Tribunal de Justiça do Ceará, tem apenas dois anos de experiência como juiz e é apontado como favorito entre os integrantes dessa lista.
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 Ministros querem rever regimento para acabar com essa 'distorção'
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 O presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, é apontado por Eliana Calmon como o "cabeça do grupo de ministros" que patrocina esse tipo de indicação. "Existe hoje um grupo com uma liderança forte que patrocina a eleição de pessoas amigas, de candidatos que lhes são simpáticos, de tal forma que as listas são feitas fechadas, ou seja, os três nomes que são indicados já são conhecidos antes da votação", disse ela.
 "Não posso dizer que o presidente Cesar Asfor Rocha seja o único responsável. Ele pode ser responsável porque realmente ele comanda o grupo, é um homem que tem liderança, mas ele não faria isso sozinho", acrescentou.
 Sem citar nomes, a ministra afirmou que um colega chegou ao tribunal por ser próximo de Renan Calheiros (PMDB-AL). "Um dos candidatos, com apenas três anos de magistratura, era o advogado do senador Renan Calheiros, que o fez desembargador. Três anos depois, o mesmo senador empenhou-se muitíssimo para que esse seu ex-advogado fosse ministro. E encontrou no tribunal alguns simpatizantes", contou.
 Para corrigir o que consideram uma distorção, ministros defendem mudança no regimento. Advogados que chegam aos Tribunais de Justiça só poderiam disputar uma vaga no STJ depois de 10 anos de magistratura.
 A AMB defende que seja aplicada para o STJ a regra prevista na Constituição para o Tribunal Superior do Trabalho: só juízes de carreira podem disputar vaga no TST destinada a magistrados. Advogados só podem concorrer às cadeiras destinadas à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Uma ação nesse sentido aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

FAB dá carona a filho de Lula e mais 15

Faltando dez minutos para pousar no aeroporto internacional de Brasília no dia 9 de outubro, uma sexta-feira, o Boeing 737 de prefixo 2116, da FAB (Força Aérea Brasileira), teve de mudar de itinerário e retornar a São Paulo para buscar novos passageiros: o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, com 15 acompanhantes.
Meirelles afirma, por meio de sua assessoria, que solicitou o avião para transportá-lo de São Paulo para Brasília e que apenas no momento do embarque soube que, "por solicitação da Presidência", o filho de Lula e mais 15 pessoas "aproveitariam o voo da aeronave colocada à disposição do BC".
A viagem do Boeing começou em Gavião Peixoto (SP), levando a Brasília militares a serviço da Aeronáutica. Eram 17h, já perto da capital federal, quando o comandante recebeu ordem de voltar a São Paulo.

Ministra Eliana Calmon critica forma de escolha dos ministros do STJ


Em entrevista concedida domingo ao Estadão, a ministra Eliana Calmon não poupou críticas à forma como se dá a escolha dos ministros do STJ.
No tribunal há 10 anos, Eliana afirma que advogados com bons cabos eleitorais ocupam vagas que seriam destinadas aos juízes. Ela critica as escolhas, que, em vez de serem secretas, são "resultado de conchavos" no tribunal.
Hoje, em artigo n'O Globo, a ministra manteve seu tom crítico. Em a "Magistratura pede socorro", afirma que "nos últimos anos, as escolhas passaram a obedecer a critérios outros, de tal forma que advogados recém chegados aos tribunais, com um ou dois anos de magistratura, passaram a concorrer às vagas do STJ, disputando com desembargadores com mais de vinte ou trinta anos de magistratura."
Em entrevista ao Estadão de hoje, o presidente da AMB, Mozart Valadares, avalia que a escolha direcionada de advogados para vagas destinadas a juízes de carreira no STJ, conforme a denúncia feita pela ministra Eliana Calmon, pode fragilizar a credibilidade da corte e servir de brecha a interesses políticos. "Isso não é bom para a sociedade, que precisa ter a convicção de que será julgada sem interferências externas", disse o dirigente da AMB. "A credibilidade e a imparcialidade são fundamentais."
Breve currículo
Eliana Calmon Alves tem 65 anos, nasceu em 5 de novembro de 1944, em Salvador/BA.É formada em Direito pela Universidade Federal da Bahia (Turma de 1968).Foi juíza Federal na Seção Judiciária da Bahia, 1979/1989, e juíza do TRF da 1ª região, 1989/1999. É ministra do STJ desde 30/6/1999.








  • Acompanhe logo abaixo as matérias na íntegra :




O Estado de S. Paulo - 22/11

''Grupo elege pessoas amigas, com listas fechadas''
Ministra do STJ diz que a escolha de candidatos, com pouco tempo de magistratura, é ''resultado de conchavos'' no tribunal

A sessão destinada à escolha para a vaga aberta no STJ teve protesto solitário da ministra Eliana Calmon, que se diz insatisfeita com a escolha de candidatos com pouco tempo de magistratura pelo grupo que, segundo ela, domina o tribunal. No STJ há 10 anos, Eliana afirma que advogados com bons cabos eleitorais ocupam vagas que seriam destinadas aos juízes. Ela critica as escolhas, que, em vez de serem secretas, são "resultado de conchavos" no tribunal: "Existe um grupo com liderança forte que patrocina a eleição de pessoas amigas, de candidatos que lhes são simpáticos, de tal forma que as listas são feitas fechadas." A seguir, os principais trechos da entrevista.

Qual é o problema dos nomes que estão sendo indicados para o STJ? Esses desembargadores mal chegaram aos tribunais intermediários, vindos da advocacia, e já se candidataram à vaga de ministro do STJ.
Esses advogados chegam mais novos ao STJ?

Os magistrados oriundos das vagas de desembargadores chegam velhos ao tribunal. No mínimo 50 anos. Pelo quinto, chegam com 42 ou 43 anos. Tudo fica fechado na mão do quinto. Os magistrados de carreira não dirigem o Poder Judiciário.

Mas por que os magistrados de carreira não conseguem competir com esses advogados?
Lamentavelmente, os magistrados de carreira cultivam a amizade de forma discreta. Enquanto os advogados, que ascendem aos tribunais, têm grande rede de amizades. E contam, no tribunal, com um grande aliado, um grande amigo que faz toda a campanha.

Existe um grupo formado no STJ para decidir as indicações?

Sim. Existe um grupo com liderança forte que patrocina a eleição de pessoas amigas, de candidatos que lhes são simpáticos, de tal forma que as listas são feitas fechadas, ou seja, os três nomes que são indicados já são conhecidos antes da votação. Eu já sabia os três nomes que iam se sagrar nessa última eleição.

Como esse grupo se formou?

É um pouco de cordialidade, de ameaça, de bem querer e até um pouco de ingenuidade.

E quem é o responsável?

Não posso dizer que o presidente César Asfor Rocha seja o único responsável. Ele comanda o grupo, mas não faria isso sozinho.

Como a votação é direcionada?

Eles fazem reuniões, assumem o compromisso de ter uma votação fechada, e há aqueles que são cooptados para mostrar seu voto um aos outros.

Esse grupo é majoritário?

Esse grupo vem se fortalecendo a cada indicação. Com a escolha do próximo ministro, esse grupo se torna majoritário.

Por que isso ocorre?

É uma espécie de favores trocados. Fico preocupada com isso.

No STJ há decisões que têm sinais de favorecimento?

Todo tribunal tem. Não temos tribunais de santos. Temos tribunais vulneráveis a isso. Nós fiscalizamos uns aos outros, pois julgamos em colegiado, mas de forma tímida.
O Globo - 24/11

Magistratura pede socorro
Eliana Calmon*

Para a magistratura de carreira, o órgão maior do Poder Judiciário é o Superior Tribunal de Justiça. De formação eclética, dos 33 integrantes, 22 são de carreira e onze escolhidos dentre membros do Ministério Público e Advogados.

Às vagas da magistratura concorrem desembargadores federais ou estaduais, e para as vagas do Ministério Público e dos Advogados concorrem os seus representantes com mais de dez anos de atividade. As categorias têm formação distinta, e, na composição das turmas de julgamento, tem-se a preocupação de mesclar a formação, de modo a se manter equilíbrio.

Quando da elaboração da Constituição de 1988, pretendeu-se estabelecer, regra que consagrasse o equilíbrio, a exemplo da formação do Tribunal Superior do Trabalho; na escolha dos ministros daquela Corte, observa-se a origem dos magistrados.

Seja por atrofia política, seja por falta do necessário empenho dos órgãos representativos, o certo é que deixou de constar no texto constitucional a observância da gênese dos magistrados na composição do STJ.

A falta de texto escrito tem ensejado grave distorção na formação do "Tribunal da Cidadania". Como dos tribunais de justiça e dos tribunais federais participam representantes do quinto, a não observância da origem tem ensejado acesso desses ao STJ, concorrendo nas vagas dos desembargadores de carreira, porque, a partir da nomeação, estão aptos a alcançarem o tribunal superior, sem interstício algum. A prática desequilibra a formação eclética da Corte, porque esses magistrados, com os representantes da sua categoria, passam a figurar em número que tende a superar os magistrados de carreira.

No passado, a escolha dos desembargadores para comporem as listas de escolha ao STJ dava-se entre os que tinham realce na Corte, identificados como vocacionados, e para os desembargadores do quinto, o tempo era de, no mínimo, dez anos no tribunal.

Nos últimos anos, as escolhas passaram a obedecer a critérios outros, de tal forma que advogados recém chegados aos tribunais, com um ou dois anos de magistratura, passaram a concorrer às vagas do STJ, disputando com desembargadores com mais de vinte ou trinta anos de magistratura.

Além da quebra de paridade, a prática é de flagrante injustiça para com a magistratura, cujos integrantes a escolheram em tenra idade, prepararam-se, após se submeterem a concurso, viverem em longínquas cidades, padecerem com as dificuldades de escolha até ascenderem aos tribunais e, quando podem almejar o coroamento da carreira, enfrentam como concorrentes os colegas do quinto constitucional recém chegados — se juízes de carreira fossem, não estariam aptos a disputar sequer vaga nos tribunais inferiores.

A face mais perversa da disfunção aqui registrada está nas poucas chances de um magistrado de carreira, dentro do STJ, exercer as funções de direção da magistratura. Raros são os juízes de carreira que, como ministros, chegam à presidência, vice-presidência e corregedoria, entre outras funções exercidas pelos ministros mais antigos.

Os magistrados de carreira chegam ao STJ com bem mais idade do que os seus colegas do quinto, e, antes de chegarem à antiguidade necessária às funções de direção, são alcançados pela aposentadoria compulsória.

Tenho observado a absurda distorção, lamentando estar a magistratura sendo dirigida e conduzida quase que exclusivamente pelos advogados transformados em juízes pelo mecanismo constitucional do quinto. Tenho me indignado com a omissão dos órgãos representativos da magistratura. São incapazes de encetar uma eficiente defesa institucional em favor da magistratura imparcial e equilibrada.

Até aqui tenho mantido a discrição necessária ao exercício do meu mister, na esperança de ver corrigida a distorção.

Entretanto, chego à conclusão da necessidade de falar para que se possa ver o óbvio: as insensatas e injustas escolhas desestimulam, desprestigiam os juízes de carreira que, céticos quanto ao acesso, vão aos poucos se transformando em modestos servidores, sem a pujança que se espera de um agente político. A disfunção traz prejuízos institucionais irreversíveis, pela inserção de julgadores com pouca vivência e sem formação adequada em um tribunal eminentemente técnico como é o Superior Tribunal de Justiça. Calar fazme parecer covardemente acomodada.

É preciso combater todas as práticas que possam macular a última das trincheiras de cidadania, o Judiciário.
*Eliana Calmon é ministra do STJ

O Estado de S. Paulo - 24/11

Indicação ao STJ preocupa juízes
Para presidente da AMB, escolha direcionada de advogados para corte pode fragilizar a instituição



O presidente da AMB, Mozart Valadares, avalia que a escolha direcionada de advogados para vagas destinadas a juízes de carreira no STJ, conforme a denúncia feita pela ministra Eliana Calmon, pode fragilizar a credibilidade da corte e servir de brecha a interesses políticos. "Isso não é bom para a sociedade, que precisa ter a convicção de que será julgada sem interferências externas", disse o dirigente da AMB. "A credibilidade e a imparcialidade são fundamentais."
Segundo a ministra Eliana Calmon, após serem indicados por amigos políticos para os Tribunais de Justiça, nos Estados, advogados se tornam desembargadores e, em um ou dois anos, tentam disputar uma vaga no STJ.
"Algum dia esse ministro pode ser útil no caso de se precisar de alguma coisa. Mesmo que não seja venda de sentença, é a simpatia, é o acesso fácil, é a forma de circular", afirmou ela ao Estado.
Na última lista encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apenas um juiz de carreira disputa a vaga destinada a magistrados no STJ, aberta com a saída de Paulo Gallotti do tribunal. Os outros dois entraram nos Tribunais de Justiça vindos da advocacia. O desembargador Raul Araújo Filho, do Tribunal de Justiça do Ceará, tem apenas dois anos de experiência como juiz e é apontado como favorito entre os integrantes dessa lista.
O presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, é apontado por Eliana Calmon como o "cabeça do grupo de ministros" que patrocina esse tipo de indicação. "Existe hoje um grupo com uma liderança forte que patrocina a eleição de pessoas amigas, de candidatos que lhes são simpáticos, de tal forma que as listas são feitas fechadas, ou seja, os três nomes que são indicados já são conhecidos antes da votação", disse ela.
"Não posso dizer que o presidente Cesar Asfor Rocha seja o único responsável. Ele pode ser responsável porque realmente ele comanda o grupo, é um homem que tem liderança, mas ele não faria isso sozinho", acrescentou.
Sem citar nomes, a ministra afirmou que um colega chegou ao tribunal por ser próximo de Renan Calheiros (PMDB-AL). "Um dos candidatos, com apenas três anos de magistratura, era o advogado do senador Renan Calheiros, que o fez desembargador. Três anos depois, o mesmo senador empenhou-se muitíssimo para que esse seu ex-advogado fosse ministro. E encontrou no tribunal alguns simpatizantes", contou.
Para corrigir o que consideram uma distorção, ministros defendem mudança no regimento. Advogados que chegam aos Tribunais de Justiça só poderiam disputar uma vaga no STJ depois de 10 anos de magistratura.
A AMB defende que seja aplicada para o STJ a regra prevista na Constituição para o Tribunal Superior do Trabalho: só juízes de carreira podem disputar vaga no TST destinada a magistrados. Advogados só podem concorrer às cadeiras destinadas à OAB. Uma ação nesse sentido aguarda julgamento no STF.
Carta de leitor publicada no Estadão

"Parabéns à eminente ministra Eliana Calmon pela coragem de revelar ao público, em entrevista concedida ao Estado, o que realmente se passa nos bastidores do STJ, em sessões destinadas à escolha para as vagas abertas. É lamentável que critérios como merecimento e antiguidade sejam substituídos por conchavos baseados em troca de favores. Que esperar de um tribunal que não tem ética nem para escolher os seus membros?
Dalila de Mello Cardoso Vieira - Alfenas/MG