sábado, 20 de março de 2010

Paulo Maluf "procurado": duas leituras políticas


De Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf, em declaração à Folha sobre a revelação de que a Interpol voltou a incluir o nome do ex-prefeito e de seu filho Flávio Maluf num sistema de difusão internacional chamado "alerta vermelho" (Maluf aparece na página da Interpol na internet como "procurado" por condenações nos EUA por fraude e roubos):
"Basta começar um ano de eleições para que o Ministério Público solte informações com a intenção de prejudicar Maluf".
Do promotor Silvio Marques, em reportagem sobre o mesmo tema, no "O Estado de S.Paulo":
"Lamentável que o ex-prefeito, procurado no mundo inteiro, tenha conseguido sucesso no anteprojeto de lei que busca claramente intimidar o Ministério Público".

Trata-se, segundo o jornal, de alusão à proposta de Maluf que deverá ir a plenário da Câmara na próxima semana e que prevê punição pesada a promotores e procuradores que supostamente agirem com má-fé ou movidos por interesses políticos.

quarta-feira, 17 de março de 2010

UM GRANDE AVANÇO PARA A ESQUERDA BRASILEIRA

Da Besta do Berto

O senador Fernando Collor (PTB-AL), que está sendo processado por sua ex-mulher Roseane Lyra (o processo corre sob sigilo e há quem garanta que, agora, depois de não conseguir nenhum acordo com ele, fornecerá, em juízo, o número de suas contas em bancos do Exterior), está encabeçando uma campanha pró-estatização da Vale.
Aos mais chegados, Collor tem dito que, “hoje, sou um homem de esquerda”.
* * *
Não só é de esquerda como vai se filiar ao PT, embora o PC do B esteja lutando pelo seu passe e o Foro de São Paulo já o tenha escolhido pra presidir a próxima reunião do órgão
Nas circuntâncias políticas atuais, dentro do Socialismo "Muderno" implantado pelo Presidente Lula, eu acho que ninguém melhor que Fernando Collor de Melo encarna o autêntico homem de esquerda brasileiro.
Não apenas por razões político-ideológicas mas, também, por sua probidade. Segundo um comentarista fubânico, em termos de honestidade Collor ganha até de Ruy Barbosa.
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Fernando Collor e Luiz Inácio: os dois maiores expoentes da esquerda brasileira no Socialismo Muderno

A POBREZA DOS RICOS

Cristovam Buarque   
Em raros países os ricos dispõem de tanta ostentação quanto no Brasil. Apesar disso, os ricos brasileiros são pobres.
São pobres porque compram sofisticados automóveis importados, com todos os exagerados equipamentos da modernidade, mas ficam horas engarrafados ao lado dos ônibus de subúrbio. E as vezes são assaltados, seqüestrados e mortos nos sinais de trânsito.
Presenteiam belos carros a seus filhos, mas não dormem tranqüilos enquanto eles não chegam em casa. Pagam fortunas para construir modernas mansões, desenhadas por arquitetos de renome, e são obrigados a escondê-las atrás de muralhas, como se vivessem nos tempos dos castelos medievais.
Os ricos brasileiros usufruem privadamente de tudo que a riqueza lhes oferece, mas vivem encalacrados na pobreza social.
Nas sextas-feiras, saem de noite para jantar em restaurantes tão caros que os ricos da Europa não poderiam freqüentar, mas perdem o apetite diante da pobreza que por perto arregala os olhos pedindo um pouco de pão; ou são obrigados a comer em restaurantes fechados, cercados e protegidos por policiais privados.
Quando terminam de jantar escondidos, são obrigados a tomar o carro na porta, trazido por um manobrista, sem o prazer de caminhar pela rua, ir a um cinema ou teatro e seguir até o bar preferido para conversar sobre o que viram. Não é raro que o rico seja assaltado antes de terminar a refeição, ou no caminho de casa.
Quando isto não acontece, a viagem é um susto até quando abre-se o portão automático, como as antigas pontes levadiças dos castelos medievais. E, às vezes, o susto continua dentro de casa.
Os ricos brasileiros são pobres de tanto medo. Por mais riquezas que acumulem no presente, são pobres na falta de segurança para usufruir seu patrimônio e no susto permanente diante das incertezas em que os filhos crescerão.
O rico brasileiro fica menos rico de tanto gastar dinheiro apenas para corrigir os desacertos criados pela desigualdade que suas riquezas provocam em termos de insegurança e ineficiência.
No lugar de usufruir de todo o seu dinheiro, é obrigado a gastar uma parte dele para proteger-se de perdas que sua riqueza provoca. Por causa da pobreza ao redor, os ricos brasileiros vivem um paradoxo: para ficarem mais ricos têm que ficar mais pobres, gastando cada vez mais dinheiro apenas para se proteger da realidade hostil e ineficiente.
Quando viajam ao exterior, se tiverem um mínimo de informação, os ricos sabem que no hotel onde se hospedarão serão vistos como destruidores de florestas na Amazônia, usurpadores da maior concentração de renda no planeta, assassinos de crianças na Candelária, portadores de malária, dengue, verminose.
São ricos empobrecidos pela vergonha que sentem ao serem vistos pelos olhos estrangeiros.
Porém, a maior pobreza dos ricos brasileiros encontra-se em sua incapacidade de enxergar a riqueza que há nos pobres.
Foi esta pobreza de visão que impediu os ricos brasileiros de perceberem, há cem anos, a riqueza que havia nos braços dos escravos libertos se lhes fosse dado o direito de trabalhar a imensa e ociosa terra de que o país dispunha. Se tivessem percebido esta riqueza e libertado a terra junto com os escravos, os ricos brasileiros teriam abolido a pobreza que os acompanha ao redor da riqueza.
Se os latifúndios tivessem sido colocados à disposição dos braços dos ex-escravos, a riqueza criada teria chegado aos ricos de hoje, que viveriam em cidades sem o peso da imigração descontrolada, com uma população sem miséria.
A pobreza de visão dos ricos impediu-os de ver a riqueza que há na cabeça de um povo educado.
Ao longo de toda a nossa história, os nossos ricos abandonaram a educação do povo, desviaram os recursos para criar a riqueza só deles e ficaram pobres: contratam trabalhadores com baixa produtividade, investem em modernos equipamentos e não encontram quem os saiba manejar, vivem rodeados de compatriotas que não sabem ler o mundo ao redor.
Muito mais ricos seriam os ricos se vivessem em uma sociedade onde todos fossem educados
Achando que ao comprar água mineral se protegiam das doenças dos pobres, os ricos construíram viadutos para seus carros com o dinheiro que teria permitido colocar água e esgoto nas casas do povo.
Montam modernos hospitais mas têm dificuldades para evitar infecções decorrentes da falta de esgotos nas cidades. Com a pobreza de achar que poderiam ficar ricos sozinhos, construíram um país doente e vivem no meio da doença.
Há um grave quadro de pobreza entre os ricos brasileiros. E esta pobreza é tão grave que a maior parte deles não percebe. Por isso, a pobreza de espírito tem sido o maior inspirador das decisões governamentais das pobres elites ricas brasileiras.
Se percebessem a riqueza potencial que há nos braços e nos cérebros dos pobres, os ricos brasileiros poderiam reorientar o modelo de desenvolvimento em direção aos interesses de nossas massas.
;Esta seria uma decisão que enriqueceria o Brasil inteiro, pois os pobres sairiam da pobreza e os ricos sairiam da vergonha, da insegurança, da ineficiência e da insensatez.
Mas talvez isto seja querer demais. Os ricos são tão pobres que não percebem a triste pobreza em que usufruem suas malditas riquezas.

* Do livro "Os Instrangeiros", de Cristovam Buarque; editora Garamond.

terça-feira, 16 de março de 2010

Tempo de estágio poderá contar para a aposentadoria

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) pode decidir na quarta-feira (17.03) se deve passar a constar da Constituição federal norma que assegura a inclusão de período de estágio e de estudos custeados por bolsas na contagem de tempo necessário à concessão da aposentadoria e demais benefícios previdenciários. A medida já consta de legislação infraconstitucional, a qual determina que, para fazer jus à contagem de tempo, estagiários e bolsistas devem contribuir para a Previdência Social como segurados facultativos.

A constitucionalização do direito está sendo sugerida por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC nº 16/04), apresentada pelo Senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS). Ele argumenta que há incertezas quanto ao futuro das reformas previdenciárias, o que pode levar a retrocessos com relação ao direito hoje assegurado. O relator, Senador Alvaro Dias (PSDB-PR), recomenda em seu voto a aprovação da matéria.

"Na situação atual, nada impede que uma medida provisória ou um projeto de lei qualquer venha a tornar letra morta esse direito, em nome da redução do déficit previdenciário", argumenta o relator.

Se a previsão do benefício estiver no texto constitucional, observa Alvaro Dias, qualquer tentativa de modificação exigirá quórum qualificado. Dessa maneira, conforme o senador, será possível evitar "mudanças açodadas e insegurança jurídica" para os contribuintes estagiários e bolsistas.

O direito facultativo de contribuição para estagiários e bolsistas, como meio de acesso aos benefícios previdenciários, está previsto no texto da Lei nº 8.212/91, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social.

Depois do exame pela CCJ, a proposta seguirá a Plenário, para votação em dois turnos.
O profeta de Caetés e o “probleminha” da paz
Só pelo prazer de aparecer no noticiário internacional, e por muita ignorância sobre o assunto, o presidente Lula resolveu interferir num conflito de 40 séculos, milhares de mortos e má vontade parte a parte em resolvê-lo. Antes havia sugerido uma partida de futebol entre um selecionado misto Israel-Palestina contra o selecionado do Brasil, simples assim, depois todos se dariam as mãos e contariam os mortos. Por certo não seria conveniente levar a noiva de Adriano.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
LULA METENDO O BEDELHO - Dessa vez o presidente brasileiro foi longe demais, o Oriente Médio não é coisa para amador, nem para fanfarrão, sai daí Lula
TOINHO DE PASSIRA
Fontes: BBC Americas, Biblia Católica, BBC Brasil, Haaretz, G1

Histórica e biblicamente o conflito Israel e Palestinos teria começado há 40 séculos, algo em torno do século XX antes de Cristo, quando a esposa de Abraão julgando-se estéril e pretendendo dar um filho ao seu marido, ofereceu sua serva egípcia Agar para que gerasse o primeiro filho do marido.
Pintura óleo sobre tela de http://www.lib-art.com/part/showimg.php?id=18578> Adriaen van der Werff

Sara apresenta Agar a Abraão
Como conseqüência nasceu Ismael, considerado pelos muçulmanos como o ancestral dos povos árabes, na ocasião biblicamente Abraão já contava 86 anos.

Quando Abraão completara 99 anos, foi circuncidado, pois Deus apareceu-lhe e mandou que todos os homens de sua casa fossem circuncidados e anunciou que sua esposa Sara daria a luz a um filho - Isaque, que seria o fundador da linhagem que deu origem ao povo judeu.
Pintura óleo sobre tela de Pedro Orrente
O sacrifico de Isaac
O futuro da existência do povo Judeu correu grande risco quando ainda pequeno, Isaac foi instrumento da maior prova de fé de Abraão. Deus, querendo testar a fé de Abraão ordenou que ele levasse Isaac ao alto de uma colina para sacrificá-lo. Ao ver que Abraão, resignado e com uma faca pronta para degolar o seu filho, Deus enviou um anjo a segurar sua mão, impedindo de matá-lo.

Sara a mulher de Abraão nutria por Agar, a escrava mãe do primogênito do profeta, Ismael, sentimentos humanos de ciúme e disputa por espaços, e depois do nascimento do seu filho Isaque, as coisas pioraram, ameaçando a paz na família.

As Escrituras Sagradas documentam, no Livro de Gênesis, que Isaque cresceu e foi desmamado. Nesse dia, Abraão deu um grande banquete. Vendo Sara que Ismael (filho de Agar) caçoava de Isaque, disse a Abraão que rejeitasse a escrava e seu filho. Disse Sara: “O filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho.”
Pintura óleo sobre tela do pintor Guercino
Abraão expulsando Agar e Ismael
Abraão achou penoso tomar tal atitude em relação a Agar, mas Deus disse a Abrão que não temesse e obedecesse à sua mulher. Deus afirmou ainda que Isaque seria chamado à descendência de Abraão. “Abraão acordou de madrugada, tomou pão e um odre de água, pôs nas costas de Agar, deu-lhe o menino e a despediu.” (Gênesis 21.14)

Ela saiu, andando errante pelo deserto de Berseba. No deserto, Deus mandou um anjo a ela e fez uma promessa também para sua geração.

Assim os povos gerados por Ismael, os árabes e Isaque, os judeus, teriam nascido, com o estigma de não se entenderem, como se fora uma maldição bíblica.

Modernamente as tensões entre judeus e árabes começaram a emergir no fim do século XIX, quando judeus provenientes da Europa começaram a emigrar, formando e aumentando comunidades judaicas na Palestina, quer por compra de terras aos otomanos, quer por compra direta a árabes proprietários de terrenos. Estabeleceram-se assim comunidades agrícolas nas terras históricas da Judeia e de Israel, que eram então parte do império otomano.
Foto: Arquivo
Debaixo do retrato do pioneiro sionista Theodor Herzl no Museu Nacional de Tel-Aviv aconteceu à cerimônia de instalação do estado de Israel, num texto lido pelo líder Ben-Gurion: a terra prometida estava voltando às mãos dos judeus
Em 14 de maio de 1948, uma resolução da ONU dividiu o território da Palestina entre árabes e judeus, criando o Estado de Israel.

Todos os regimes árabes da época rejeitaram a criação de Israel, e prometeram destruir o novo Estado judeu. Era o novo começo do conflito que já dura mais de 50 anos, com milhares de mortos.

No momento é a república islâmica do Irã que tem com líder supremo o Aiatolá Ali Khamenei e como presidentes o demonizado Mahmoud Ahmadinejad, acusados de financiar os principais grupos terroristas que combatem Israel (Hamas e Hizbollah).

Ahmadinejad esbraveja que quer destruir o estado de Israel, pragueja contra os americanos e esta num processo adiantado de fazer sua bomba atômica, desafiando todo o ocidente.

Será que Lula espera ser respeitado pelos judeus apoiando Ahmadinejad? Será que sua megalomania extrapolou e ele se julga enviado Divino? Ou o próprio Divino?

Será que o presidente espera que na Bíblia seja acrescentado um capítulo no Genesis, o de n° 51 (sem nenhuma referencia ao número que persegue o presidente) com alguns novos versículos dizendo que quarenta séculos depois, um profeta oriundo de Caetés, Garanhuns, finalmente trouxe a paz para o Oriente Médio, para glória do Senhor.

Talvez seja esclarecedor o fato de Lula ter dito ao jornalista do diário judeu Haaretz que “nunca leu um livro em sua vida...”

Por isso ele imagina que tudo será fácil, até apontou sua risível experiência de negociador sindical, como cacife para resolver o conflito judeu- palesstino.

A verdade quase bíblica é que Lula que foi a Israel como um pretensioso e boçal cidadão em buscas dos refletores internacionais, inflado pela escória de bajuladores assessores.
Foto: Ricardo Sturkert/PR
No mais, dona Marisa, estreando cara nova, acompanhou Lula nessa missão de paz, usando um modelito camuflado, porque possivelmente ouviu falar que é bom fazer compras na Jordânia. Os cartões corporativos vão ser acionados fazendo o contribuinte brasileiro ser chamado a colaborar compulsoriamente nessa missão de brincadeirinha de extremo mau gosto.

Michelle Bachelet, uma esquerdista de primeira

A ex-presidente do Chile está entre as mulheres mais importantes e influentes do mundo. Dignificou o cargo, sem pirotecnia, nem populismo, enfrentando as dificuldades com determinação e autocrítica. Está naquela cota de pessoas, consegue fazer política com simplicidade e capacidade, de um jeito que nos faz ficar esperançosos com a humanidade
Foto: Associated Press
"Depois de 11 de março, podem seguir contando com essa cidadã que, de presidenta, passará a ser Michelle Bachelet". – disse a ex-presidente antes de deixar o cargo
Fontes: O Globo, BBC Brasil

Mesmo com muitas dificuldades e erros durante o socorro as vítimas do terremoto e as falhas de aviso de tsunamis que antecederam os seus últimos dias de governo a presidente Michelle Bachelet é a governante que registrou o maior índice de popularidade da história do Chile e da América Latina, sua aprovação é de 84%.

Na avaliação dos atributos pessoais da presidente, ocupa o primeiro lugar "ser querida pelos chilenos", característica que já era bem vista, mas subiu para 96% após o tremor.

Feita no início de março, a pesquisa mostra ainda que ela tem altos níveis de aprovação nos critérios relacionados a respeito e confiança. Os chilenos também acreditam que Bachelet conta com autoridade, liderança e capacidade para enfrentar situações de crise.

Barchelet tem uma biografia difícil, seu pais era general e foi morto como traidor, por não ter aceitado o golpe militar. Ela e sua mãe foram presas e torturadas, passaram anos no exílio. Seu primeiro filho nasceu na Alemanha.

Curioso é que como Ministra da Defesa, a primeira na história do país, que ela conseguiu popularidade suficiente para candidatar-se a presidente.

Parece que foi muito tempo, mas ela só cumpriu um mandato de quatro anos, quando venceu em segundo turno em segundo turno, Sebastián Piñera, que agora foi eleito em seu lugar.(no Chile não há reeleição)

Mas ruas próximas ao Congresso Nacional em Valparaiso, onde aconteceu à solenidade de sucessão não faltaram faixas com pedidos que ela retorne em 2014.

Dias antes de deixar o governo ela prometeu continuar ajudando as pessoas afetadas pelo terremoto, não mais como presidente, mas como cidadã chilena.
Foto: Cristian Torrejon/La Segunda