sexta-feira, 11 de junho de 2010

Duplicam-se processos contra parlamentares no STF
Há quatro anos havia 197 investigações contra deputados e senadores, nos Supremo Tribunal Federal, agora, conforme levantamento do Congresso em Foco, são 397, contra 169 congressistas
Foto: Arquivo
EXCESSO DE CRIMINOSOS POR M² - O Congresso Nacional Brasileiro é o local de maior densidade de processados e investigados em todo o país: em cada sete parlamentares dois tem o rabo preso

Fonte: Congresso em Foco

Na reportagem de Edson Sardinha, Thomaz Pires e Lúcio Lambranho para o "Congresso em Foco" ficou constatado que o número de processos contra deputados e senadores em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) dobrou desde o início da atual legislatura. O total de investigações envolvendo deputados e senadores saltou de 197, em abril de 2007, para 397, conforme levantamento do site concluído no último dia 30.

Nesse mesmo período, subiu de 101 para 169 a relação dos congressistas que estão na mira da mais alta corte do país. Ou seja, de cada sete parlamentares, dois têm contas a ajustar com a Justiça.

Entre as denúncias mais freqüentes contra deputados e senadores, estão as de crime de responsabilidade (praticados no exercício de outra função pública), peculato (apropriação, por funcionário público, de bem ou valor de que tem a posse em razão do cargo, em proveito próprio ou alheio), formação de quadrilha, crimes eleitorais, ambientais, contra a ordem tributária e a Lei de Licitações.

Também há acusações de menor gravidade, como os chamados crimes contra a honra, como calúnia, infâmia e difamação.

Na relação das pendências judiciais, há 33 inquéritos e 11 ações penais contra 21 senadores e 97 ações penais e 256 inquéritos contra 148 deputados.

Em números absolutos, nenhum partido tem mais parlamentares processados do que o PMDB, dono da maior bancada do Congresso. Ao todo, 36 dos 108 peemedebistas - ou seja, um terço da bancada - são alvos de inquérito ou ação penal no Supremo.

O DEM, com 23 dos seus 70 parlamentares (32,85%), e o PSDB, com 20 dos seus 72 representantes (27,77%), aparecem na sequência entre os partidos que mais têm nomes na lista de congressistas sob investigação.

Depois deles, vêm o PP, com 19, o PR, com 18, o PT e o PTB, com 11 cada.

Apenas quatro das 19 legendas com assento no Congresso não têm representantes nessa bancada suprapartidária: PCdoB, Psol, PTC e PTdoB. A lista reúne nomes de todos os estados e do Distrito Federal.

Levando-se em consideração a proporção da bancada, o PMN é o partido com maior número de processados. Todos os seus três deputados figuram na relação.

No momento, 54 deputados e nove senadores respondem a 108 ações penais, procedimentos que podem resultar em condenação. Nesses casos, os ministros do Supremo aceitaram as denúncias da Procuradoria-Geral da República por entenderam que há indícios da participação dos 63 parlamentares nos crimes que lhes são atribuídos.

Nos demais 289 casos, a fase é de inquérito, investigação preliminar em que se apura se houve crime e se há elementos que apontam para o envolvimento do indiciado e a abertura de uma ação penal.

Os parlamentares brasileiros, assim como ministros e o presidente da República, entre outras autoridades, só podem ser julgados nas ações criminais pelo Supremo Tribunal Federal. É o chamado foro privilegiado. A nova lei, da Ficha Limpa, sancionada pelo presidente Lula, após uma difícil aprovação no Congresso, vedaria a candidatura de políticos condenados em órgãos colegiados da Justiça por uma série de crimes.Mas ainda há uma série de dúvidas quanto a sua aplicabilidade legal.

Por sinal, foi durante as discussões do ficha limpa que os ministros condenaram, de maneira inédita, dois deputados em maio. Zé Gerardo (PMDB-CE) e Cássio Taniguchi (DEM-PR) foram condenados por crime de responsabilidade. O paranaense, no entanto, ficou livre da pena porque o STF entendeu que o caso dele já havia prescrevido. O cearense, no entanto, não pode recorrer da decisão. Ele ainda corre o risco de ter o mandato cassado.

Ainda que os processos não gerem inelegibilidade à luz do ficha limpa, os responsáveis pelo projeto entendem que ele criou um novo ambiente, que explica a aceleração das ações no Supremo, somada a uma maior intolerância do eleitor com tais comportamentos.

O eleitor pode ir além e cobrar dos partidos que façam o primeiro filtro, a primeira barreira, impedindo que saiam candidatos, quem não tiver ficha limpa.

quinta-feira, 10 de junho de 2010


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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Juíza presa por Chávez candidata-se a deputada
María Lourdes Afiuni, a juíza, para quem Chávez pediu 30 anos de prisão, por ter concedido um habeas corpus a um preso político, e, por isso, encontra-se encarcerada desde dezembro, resolveu se candidatar como deputada nas próximas eleições, para o Congresso da Venezuela, caso obtenha um mandato, sairá da cadeia para responder o processo em liberdade
Foto: Arquivo
A deputada que Hugo Chávez não quer na Câmara Federal venezuelana

Fontes: El Carabobeno, El Universal, O Globo, Tal Cual Digital, El Universal, The New York Times

Os partidos independentes “La Base Decide” e “Conciencia de País” inscreveram neste sábado no Conselho Nacional Eleitoral a lista de aspirantes por Caracas a Assembleia Nacional. Entre os postulantes figura a juíza María Lourdes Afiuni.

Afiuni foi presa por ordem do presidente Hugo Chávez, logo que o mandatário soube que ela havia concedido um habeas Corpus ao banqueiro Eligio Cedeño.

Chávez ficou apoplético quando soube que o preso libertado legalmente, havia fugido para os Estados Unidos, onde goza de proteção como asilado político.

Desde então, como faziam com o banqueiro, os pedidos para responder o processo em liberdade, requerido pelos advogados da juíza, não são apreciados por juízes, que alegam problemas de saúde ou suspeição para julgar o feito, enquanto os tribunais superiores adiam para adiante suas decisões, quebrando regras e ultrapassando prazos legais para julgar ações de ré preso.

Na cadeia Afiuni não pode ter contato com outras presas pois há ameaças de mortes contra ela, pois muitas das encarceradas, inclusive algumas pertencentes a cartéis de drogas, e que foram condenadas por ela, estão no mesmo presídio e gritam das celas que querem ver o sangue da magistrada correr pelo ralo.

A única coisa que ela obteve foi uma tranca adicional de sua cela, para evitar uma invasão.

A comissão de Direitos Humanos da ONU, vários organismos internacionais ligados a magistratura e ao funcionamento do judiciárioa, notadamente dos Estados Unidos, Canadá e da União Europeias, vem protestando e exigindo, em vão, a libertação da magistrada.

Entre as acusações contra a juíza, a mais grave seria o recebimento de propina para libertar o preso. Depois de vasculhar a vida, e as contas bancárias dela e de parentes, o próprio ministério publico reconheceu, em audiência, que não há sinais, muito menos provas, dela ter sido beneficiada economicamente.

Mesmo assim, ela permanece presa.

"É como se numa audiência de delito de homicídio, o morto entrasse na sala caminhando” – disse o advogado de defesa da Juíza, Juan Garantón.

Assim, em 26 de setembro, dia da eleição, se Hugo Chávez não conseguir impugnar a candidatura, a Juíza María Lourdes Afiuni, obtendo votos suficientes, poderá ficar livre do cárcere, para responder o processo em liberdade, por ter obtido imunidade parlamentar.
Foto: Album de Família
Geraldine Afiuni, 18 anos, filha da juíza María Lourdes Afiuni, denunciou a ONU que sua mãe está presa irregularmente, por uma ordem presidencial, ao arrepio da lei, pedindo uma intervenção internacional para que ela seja posta em liberdade

DESASTRE ECOLOGICO

Obama em busca do traseiro certo para chutar
O presidente dos EUA, Barack Obama, criticou duramente o presidente da BP, Tony Hayward, em uma entrevista sobre o vazamento de petróleo no Golfo do méxico na qual chegou a dizer que quer saber "que traseiro precisa chutar" para punir responsáveis pelo desastre ambiental.
Foto: Getty Images
Obama em busca de traseiros para chutar

Fontes: BBC Brasil , Estadão , AFP

Durante entrevista à rede de TV NBC, Obama foi perguntado sobre o que achava de comentários feitos por Hayward logo após o vazamento. O presidente da BP disse frases como "quero minha vida de volta" e afirmou que o Golfo era "um grande oceano", no que foi interpretado como tentativa de minimizar a tragédia.

"Ele não trabalharia para mim depois de fazer comentários como esses", disse Obama.
Foto: Reuters
o Presidente Barack Obama conversa com os moradores de Grand Isle, Louisiana, sobre os efeitos da tragédia ecológica
Obama usou a entrevista para tentar defender seu papel durante a crise - pesquisas sugerem que muitos americanos acreditam que ele não soube responder bem à tragédia ambiental.

O presidente americano visitou o local atingido três vezes desde o começo do vazamento, em abril, e conversou com pescadores e especialistas em vazamento de petróleo.
Foto: Getty Images
O Presidente Barack Obama observa com Charlotte Randolph presidente do condado de LaFourche Parish, na Louisiana, no fim do mês passado , os efeitos do desastre no Golfo do México 
. "Fui lá um mês antes de muitos desses especialistas terem começado a prestar atenção ao Golfo", disse ele. "Eu não fico falando com especialistas como se estivesse participando de um seminário universitário, eu converso com especialistas porque eles têm as melhores respostas, então eu posso saber que traseiro eu tenho que chutar".
Foto: Getty Images
TRASEIRO CULPADO - Lamar McKay, presidente e presidente da BP America é o mais provável e evidente dono do traseiro merecedor do chute do presidente americano Barack Obama
ELEIÇÕES 2010   Boff vai ao lançamento de Marina Silva
Sem Caetano Veloso, que vai dar bolo, o Partido Verde, tem como grande estrela para o lançamento da candidatura de Marina Silva a presidência da República, o frade franciscano licenciado, que apesar de elogiar a candidata, disse que ela não tem a menor chance de vencer, apesar de ser melhor que Dilma, teoria da libertação que concordamos
Fotos: Arquivo
Quando Boff, então petista radical, dava vexame aos frades franciscanos, sendo punido pela Igreja, o PT, megalomaníaco, como sempre, imaginava que um dia ele acabaria supremo pontífice da Igreja católica, seria então chamado de Papa Boff

Fonte: Folha de São Paulo

Aliado de Lula em suas cinco campanhas presidenciais, o teólogo e ex-frade franciscano Leonardo Boff será a estrela da festa de lançamento da candidatura de Marina Silva (PV) ao Planalto, amanhã, em Brasília.

Nós só estamos falando dele, pois subirá ao palanque com uma mensagem incômoda ao PT: defenderá que a senadora, e não a petista Dilma Rousseff, é a sucessora natural do presidente.

"A Marina é o Lula melhorado. Tem a mesma origem popular, mas soube pôr o foco na questão ambiental junto com a social"

Símbolo da Teologia da Libertação, uma das raízes do PT, Boff defenderá o voto na senadora como opção de continuidade ao petismo.

"Não me sinto distanciado do Lula, porque acho que a sucessora natural dele seria a Marina. Acho triste que ela tenha deixado o PT. Se fosse candidata do partido, venceria no primeiro turno", disse ele que também se distanciou de Lula, pois queria mais espaço no governo e não conseguiu.

Ligado à causa ecológica, ele admitiu que a senadora tem pouca chance de vitória. "De qualquer maneira ela ganhará, por impor a ecologia como tema importante na eleição", afirmou.

O reforço do pensador católico é visto no PV como antídoto às críticas que Marina vem sofrendo pela aproximação com líderes evangélicos de perfil conservador.

Os verdes temem perder espaço com o eleitorado progressista de classe média, que reagiu mal às suas declarações contra a legalização do aborto e o casamento gay.

Nada mais progressista que Leonardo Boff que brigou com a igreja catolica, foi punido pelo atual Papa Bento XVI ( o então cardeal Joseph Ratzinger), condenado a um ano de "silêncio obsequioso", perdendo sua cátedra e suas funções editoriais no interior da Igreja Católica.

Desligou-se da Ordem Franciscana e pediu dispensa do sacerdócio, pois com qualquer mortal estava tendo um tórrido caso com a sua secretária casada, com quem passou a viver maritalmente até hoje.

A campanha convidou cerca de 200 "personalidades" para a convenção, entre artistas e intelectuais, mas enfrenta dificuldades para confirmar presenças.

Ontem, o clima era de apreensão com a lista. Um dos VIPs mais esperados, o cantor Caetano Veloso deu pouca esperança de aparecer. "Levar artista para Brasília não é fácil", desabafou um dirigente verde.

A festa será no mesmo local usado pelo PSDB para lançar a pré-candidatura de José Serra. O PV quer reunir entre 1.500 e 2.000 pessoas. Ou seja, querem reunir num só lugar todo o eleitorado de Marina.
Comentário contra Israel demite jornalista veterana
Todo o prestígio de ser a mais antiga repórter a cobrir a Casa Branca, uma verdadeira lenda do jornalismo americano, não salvou de uma melancólica aposentadoria compulsória Helen Thomas, uma mulher respeitada por todos os presidentes americanos, desde John Kennedy, por um comentário debochado sobre Israel e a Palestina num site que publicou a entrevista no YouTube
Foto: Associated Press
O presidente Barack Obama cantou parabéns para a veterana jornalista no seu último aniversário no dia 04 de agosto do ano passado

Fontes: BBC Brasil, AFP, The New York Times, Washington Post

Nunca é bom para um jornalista virar notícia. No caso de Helen Thomas, a mais antiga jornalista a cobrir assuntos relacionados à Casa Branca, o noticiário dizia da sua aposentadoria nesta segunda-feira, aos 89 anos, por causa de declarações polêmicas feitas a respeito de Israel.

Os comentários foram feitos há 10 dias, em uma entrevista para o site RabbiLive na qual Thomas disse que os israelenses deveriam dar o fora da Palestina e ir para a Alemanha, a Polônia ou os Estados Unidos.

O entrevistador perguntou se Thomas tinha algum comentário sobre Israel. "Diga a eles para dar o fora da Palestina", respondeu a jornalista.

Seu lugar na primeira fila e ao centro, na sala de imprensa da Casa Branca, era reservado e exclusivo
"Lembre-se que esse povo foi ocupado e que é a terra deles, não a Alemanha ou a Polônia", disse. "Eles podem ir para casa, para a Polônia, a Alemanha, os Estados Unidos, qualquer outro lugar.

"Helen Thomas, 89 anos, filha de imigrantes libaneses, uma das primeiras mulheres a cobrir política nos Estados Unidos, iniciou sua carreira jornalística em 1943, na agência de notícias United Press International (UPI), nos 50 anos que passou na Casa Branca fez cobertura dos governos de todos os presidentes americanos desde John Kennedy.

O vídeo com suas declarações circulou pela internet, com mais de 1 milhão de acessos no site YouTube, e os comentários provocaram uma onda de protestos e críticas, inclusive por parte do governo americano.

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que os comentários eram "ofensivos e repreensíveis".

A escola de Ensino Médio Walt Whitman, no Estado de Maryland, cancelou a participação de Thomas, que faria um discurso como convidada na cerimônia formatura, alegando que a celebração não era "lugar para a criação de discórdia
Foto: Arquivo
A jornalista Helen Thomas com os presidentes John Kennedy, Gerald Ford e Ronald Reagan
Thomas se desculpou pelos comentários em sua página na internet.

Na última sexta-feira, ela escreveu: "Eu lamento profundamente os comentários que fiz na semana passada a respeito de israelenses e palestinos. Eles não refletem minha crença sincera de que a paz no Oriente Médio só será possível quando todas as partes reconhecerem a necessidade de tolerância e respeito mútuo. Espero que esse dia chegue logo".
Foto: Reuters
O presidente George Bush reverenciando a veterana jornalista Helen Thomas, que já fora homenageada por Bush pai.
O pedido de desculpas, porém, não foi suficiente para abafar a polêmica. Nesta segunda-feira, a empresa de comunicações Hearst, na qual Thomas trabalhava como colunista desde 2000, anunciou sua aposentadoria.

"Helen Thomas anunciou nesta segunda-feira sua aposentadoria, com efeito imediato", diz o comunicado da empresa.

"Sua decisão ocorre após seus comentários polêmicos sobre Israel e os palestinos terem sido capturados em vídeo e amplamente divulgados na internet", diz o texto.
Foto: Abbie Rowe/da coleção do Museu de John Kenney em Boston
Poucos jornalistas chegaram tão perto de tantos presidentes americanos como Helen, na foto de branco, fazendo anotações no Salão Oval da Casa Branca, com Kennedy ao telefone
Veja a polêmica entrevista no YouTube, em inglês