sábado, 4 de dezembro de 2010

Programa Medida Justa - CNJ recomenda melhorias em medidas socioeducativas

O Conselho Nacional de Justiça vai recomendar ao governador da Bahia, Jacques Wagner, o aprimoramento das medidas socioeducativas cumpridas pelos adolescentes em conflito com a lei no Estado. Em visita feita pela equipe do Programa Medida Justa, do CNJ, foi constatada a necessidade de ajustes para garantir a ressocialização dos internos.
O Medida Justa percorre todos os estados para fazer um diagnóstico da situação processual dos adolescentes privados de liberdade e as condições física e pedagógica das unidades de internação. Elaborado para que os adolescentes tenham tratamento diferenciado dos adultos, o programa busca, dessa forma, acelerar o processo de implementação das diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Sistema Nacional de Medidas Socioeducativas (Sinase).
A equipe visitou a Bahia de 19 a 25 de setembro deste ano, contando com a colaboração de representantes da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac), órgão gestor do sistema socioeducativo local, e das varas da Infância e da Juventude que contam com unidades de internação em sua área de jurisdição.
Na ocasião, verificou-se, por exemplo, ser insuficiente o número de unidades de internação no Estado: são apenas três, duas na capital Salvador e uma no município de Feira de Santana. Além de poucas, elas estão concentradas na parte Nordeste do Estado, o que obriga os internos a ficar longe de suas famílias, fator que compromete sua ressocialização.
Por falta de vagas, muitos jovens são conduzidos para unidades prisionais destinadas a adultos. E o tempo em que permanecem nesses locais, que varia de dias a meses, não é levado em conta no cálculo para apuração do ato infracional (no máximo 45 dias) ou na revisão da situação do adolescente sentenciado (a cada seis meses). Assim, os adolescentes ficam privados de liberdade por mais tempo do que deveriam.
A equipe do CNJ constatou também a falta de ações pedagógicas para a ressocialização dos adolescentes, como atividades esportivas e lúdicas e cursos de formação profissional.
“Não existe projeto pedagógico que seja aplicado em todas as unidades, percebendo-se que cada unidade presta o serviço de acordo com sua conveniência e capacidade, acarretando em falta de uniformidade do atendimento”, atesta o relatório gerado a partir da visita, assinado pelos juízes auxiliares da Presidência do CNJ e coordenadores do Medida Justa, Reinaldo Cintra Torres de Carvalho e Daniel Issler.
O documento informa, ainda, que as unidades de internação são antigas – mais de 30 anos de existência - e sua arquitetura prisional é apontada como um dos obstáculos à adoção de atividades pedagógicas. O relatório destaca a preocupação da Fundac em melhorar o tratamento dedicado aos menores, mas observa que ela ainda não se traduz em providências efetivas.
A equipe do Medida Justa também avaliou o trabalho do Poder Judiciário da Bahia, responsável pela fiscalização, junto ao sistema socioeducativo local, do cumprimento dos preceitos do ECA e do Sinase. E recomendou ao Tribunal de Justiça da Bahia e a sua respectiva Corregedoria Geral a capacitação dos magistrados e servidores para o aprimoramento da prestação jurisdicional. Com informações da Assessoria de Imprensa do CNJ.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Afinal, o que é o sucesso?

Aos 02 anos, sucesso é: conseguir andar.


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Aos 04 anos , sucesso é: não fazer xixi nas calças.
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Aos 12 anos, sucesso é: ter amigos.
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Aos 18 anos, sucesso é: ter carteira de motorista.

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Aos 20 anos, sucesso é: fazer sexo.
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Aos 35 anos, sucesso é: dinheiro.
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Aos 50 anos, sucesso é: dinheiro.
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Aos 60 anos, sucesso é: fazer sexo.
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Aos 70 anos, sucesso é: ter carteira de motorista.
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Aos 75 anos, sucesso é: ter amigos.
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Aos 80 anos .. .sucesso é: não fazer xixi nas calças.
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Aos 90 anos.. . sucesso é: conseguir andar.
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ASSIM É A VIDA....

...NÃO LEVAMOS NADA DESSA VIDA, PARA QUE PERDER TEMPO COM INCOMPREENSÃO, FALSIDADE, MALEDICÊNCIA, INVEJA, FALTA  DE AMOR?

TODOS TEREMOS O MESMO DESTINO, INDEPENDENTEMENTE DA CONDIÇÃO FINANCEIRA, DA CLASSE SOCIAL; PORTANTO , AME , BRINQUE , PERDOE E APROVEITE A VIDA....
SEJA FELIZ!!!

O Alzheimer, pelo paciente


Arthur Rivin

Sou médico aposentado e professor de medicina. E tenho Alzheimer. Antes do meu diagnóstico, estava familiarizado com a doença, tratando pacientes com Alzheimer durante anos. Mas demorei para suspeitar da minha própria aflição.
Hoje, sabendo que tenho a doença, consegui determinar quando ela começou, há 10 anos, quando estava com 76. Eu presidia um programa mensal de palestras sobre ética médica e conhecia a maior parte dos oradores. Mas, de repente, precisei recorrer ao material que já estava preparado para fazer as apresentações. Comecei então a esquecer nomes, mas nunca as fisionomias. Esses lapsos são comuns em pessoas idosas, de modo que não me preocupei.
Nos anos seguintes, submeti-me a uma cirurgia das coronárias e mais tarde tive dois pequenos derrames cerebrais. Meu neurologista atribuiu os meus problemas a esses derrames, mas minha mente continuou a deteriorar. O golpe final foi há um ano, quando estava recebendo uma menção honrosa no hospital onde trabalhava. Levantei-me para agradecer e não consegui dizer uma palavra sequer.
Minha mulher insistiu para eu consultar um médico. Meu clínico-geral realizou uma série de testes de memória em seu consultório e pediu depois uma tomografia PET, que diagnostica a doença com 95% de precisão. Comecei a ser medicado com Aricept, que tem muitos efeitos colaterais. Eu me ressenti de dois deles: diarreia e perda de apetite. Meu médico insistiu para eu continuar. Os efeitos colaterais desapareceram e comecei a tomar mais um medicamento, Namenda. Esses remédios, em muitos pacientes, não surtem nenhum efeito. Fui um dos raros felizardos.
Em dois meses, senti-me muito melhor e hoje quase voltei ao normal. Demoramos muito tempo para compreender essa doença desde que Alois Alzheimer, médico alemão, estabeleceu os primeiros elos, no início do século 20, entre a demência e a presença de placas e emaranhados de material desconhecido.
Hoje sabemos que esse material é o acúmulo de uma proteína chamada beta-amiloide. A hipótese principal para o mecanismo da doença de Alzheimer é que essa proteína se acumula nas células do cérebro, provocando uma degeneração dos neurônios. Hoje, há alguns produtos farmacêuticos para limpar essa proteína das células.
No entanto, as placas de amiloide podem ser detectadas apenas numa autópsia, de modo que são associadas apenas com pessoas que desenvolveram plenamente a doença. Não sabemos se esses são os primeiros indicadores biológicos da doença.
Mas há muitas coisas que aprendemos. A partir da minha melhora, passei a fazer uma lista de insights que gostaria de compartilhar com outras pessoas que enfrentam problemas de memória: tenha sempre consigo um caderninho de notas e escreva o que deseja lembrar mais tarde.
Quando não conseguir lembrar de um nome, peça para que a pessoa o repita e então escreva. Leia livros. Faça caminhadas. Dedique-se ao desenho e à pintura.
Pratique jardinagem. Faça quebra-cabeças e jogos. Experimente coisas novas. Organize o seu dia. Adote uma dieta saudável, que inclua peixe duas vezes por semana, frutas e legumes e vegetais, ácidos graxos ômega 3.
Não se afaste dos amigos e da sua família. É um conselho que aprendi a duras penas. Temendo que as pessoas se apiedassem de mim, procurei manter a minha doença em segredo e isso significou me afastar das pessoas que eu amava. Mas agora me sinto gratificado ao ver como as pessoas são tolerantes e como desejam ajudar.
A doença afeta 1 a cada 8 pessoas com mais de 65 anos e quase a metade dos que têm mais de 85. A previsão é de que o número de pessoas com Alzheimer nos EUA dobre até 2030.
Sei que, como qualquer outro ser humano, um dia vou morrer. Assim, certifiquei-me dos documentos que necessitava examinar e assinar enquanto ainda estou capaz e desperto, coisas como deixar recomendações por escrito ou uma ordem para desligar os aparelhos quando não houver chance de recuperação. Procurei assegurar que aqueles que amo saibam dos meus desejos. Quando não souber mais quem sou, não reconhecer mais as pessoas ou estiver incapacitado, sem nenhuma chance de melhora, quero apenas consolo e cuidados paliativos.

ARTHUR RIVIN FOI CLÍNICO-GERAL E É PROFESSOR EMÉRITO DA UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA

Promoção de De Sanctis e o "chute na porta do juiz"

Juiz já não se sentia "confortável" no primeiro grau

"Bagagem jurídica vai fazer falta", afirma repórter
"A promoção do juiz federal Fausto Martin De Sanctis ao cargo de desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região vai deixar uma lacuna no combate aos crimes financeiros", afirma o repórter Flávio Ferreira, em gravação na Rádio Folha.
"De Sanctis é o titular de uma das duas varas especializadas neste tipo de delito na Justiça Federal de São Paulo, onde estão os casos mais importantes do país sobre lavagem de dinheiro, fraudes financeiras e evasão de divisas, como os processos relativos à Operação Satiagraha da Polícia Federal", afirma o jornalista.
"Em boa parte dos seus 19 anos de carreira como juiz federal, De Sanctis acumulou experiência e conhecimento que, aliados ao seu rigor na aplicação da lei, levaram à condenação de muitos distintos senhores de colarinho branco. Toda essa bagagem jurídica agora vai fazer falta para a primeira instância do Judiciário", comenta Ferreira.
Ele cita declaração do ministro Gilson Dipp, no encontro da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Enccla), na semana passada, em Florianópolis. O ex-corregedor nacional de Justiça alertou para a falta de capacitação dos juízes brasileiros para acompanhar inquéritos e julgar delitos financeiros.
Dipp foi o mentor de um seleto grupo de magistrados que se especializou em julgar crimes financeiros e de lavagem de dinheiro, do qual De Sanctis faz parte.
Em homenagem ao ministro do STJ, eles chegaram a publicar um livro sobre lavagem de dinheiro. A obra reúne artigos dos juízes federais José Paulo Baltazar Junior, Sergio Fernando Moro, Abel Fernandes Gomes, Cassio M. M. Granzinolim, Danilo Fontenele Sampaio Cunha, Gerson Godinho Costa, Jorge Gustavo Serra de Macedo Costa, além de De Sanctis.
Em agosto deste ano, no programa "Roda Viva", da TV Cultura, o editor deste Blog perguntou a De Sanctis em que medida a decisão de deixar a primeira instância tinha a ver com o desencanto de magistrados de primeiro grau diante da dificuldade em ver definitivamente condenados os criminosos de colarinho branco, por causa de decisões do Supremo Tribunal Federal.
Foi mencionado, na ocasião, o desabafo do juiz federal Sergio Moro, que se questionava, como juiz criminal, "se vale a pena dar impulso a ações penais em relação a crimes de colarinho branco, já que, de antemão, sabe que estão fadadas ao fracasso".
De Sanctis admitiu que não se sentia "confortável".
Explicou que, em 2008, quando houve a possibilidade de ir para o TRF-3, decidira ficar na Vara Criminal, pois gostava do que fazia e sentia que ainda não havia encerrado uma etapa. "O conjunto da obra me seduz", disse, referindo-se aos 2.500 feitos e 1.000 inquéritos.
Depois de mencionar "a ineficácia total" de um sistema em que "não existe um mínimo de coesão e coerência", que "aceita todo e qualquer tipo de recurso" e "liminares dadas com certa facilidade", exemplificando com os 45 habeas corpus num único processo, De Sanctis relatou o "asfixiamento" a que os juízes de primeiro grau estavam submetidos.
Citou que, nos processos com vários réus, há múltiplos "pedidos de vista" e "pedidos de cópias", para que os casos não sigam adiante.
Finalmente, referiu-se ao que chamou de "falta de respeito institucional". Disse que "existe uma parte que intimida, que diz que vai ao CNJ".
"Vai chegar o tempo em que vão chutar a porta do juiz", concluiu.
Semanas depois, durante entrevista com o ministro Dipp, o editor deste Blog pediu ao ex-corregedor que comentasse o desabafo de De Sanctis.
Dipp afirmou: "O trânsito em julgado no Brasil para crimes financeiros é uma quimera, um sonho. O juiz fica frustrado quando uma sentença sua não chega ao final."
"Há uma pergunta que fica no ar: por que nos crimes comuns, crimes hediondos praticados por réus menos dotados financeiramente, o trânsito em julgado se atinge com muito mais frequência e mais assiduidade? Por que nos crimes financeiros e de colarinho branco o trânsito em julgado se torna tão difícil?"
"Temos juízes altamente especializados e preparados, juízes de lavagem de dinheiro. Alguns foram estigmatizados pela notoriedade, são talvez os juízes mais bem preparados do mundo em cooperação internacional, em crimes econômicos", comentou Dipp.
Como observou o repórter Flávio Ferreira, "ao ir para o tribunal, é muito provável que De Sanctis faça parte de uma turma julgadora que vai decidir casos previdenciários, e tudo o que ele aprendeu e desenvolveu ao cuidar de crimes financeiros não servirá para nada".

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Contra a naturalização da violência ilegítima

A ASSOCIAÇÃO JUIZES PARA A DEMOCRACIA - AJD, entidade não governamental e sem fins corporativos, fundada em 1991, que tem por finalidade estatutária o respeito absoluto e incondicional aos valores próprios do Estado Democrático de Direito, em consideração às operações policiais e militares em curso no Rio de Janeiro, vem manifestar preocupação com a escalada da violência, tanto estatal quanto privada, em prejuízo da população que suporta intenso sofrimento.

Para além da constatação do fracasso da política criminal relativamente às drogas ilícitas no país, bem como da violência gerada em razão da opção estatal pelo paradigma bélico no trato de diversas questões sociais que acabam criminalizadas, o Estado ao violar a ordem constitucional, com a defesa pública de execuções sumárias por membros das forças de segurança, a invasão de domicílios e a prisão para averiguação de cidadãos pobres perde a superioridade ética que o distingue do criminoso.

A AJD repudia a naturalização da violência ilegítima como forma de contenção ou extermínio da população indesejada e também com a abordagem dada aos acontecimentos por parcela dos meios de comunicação de massa que, por vezes, desconsidera a complexidade do problema social, como também se mostra distanciada dos valores próprios de uma ordem legal-constitucional.

O monopólio da força do Estado, através de seu aparato policial, não pode se degenerar num Estado Policial que produz repressão sobre parcela da população, estimula a prestação de segurança privada, regular e irregularmente, e dá margem à constituição de grupos variados descomprometidos com a vida, que se denominam esquadrões da morte, mãos brancas, grupos de extermínio, matadores ou milícias.

Por fim, a AJD reafirma que só há atuação legítima do Estado, reserva da razão, quando fiel à Constituição da República.

Gisele Bündchen trocando de roupa no meio da rua

A top estava fazendo ensaio na ilha de St. Barts, no Caribe, por precariedade da produção teve que trocar de roupa dentro de um carro, foi lindo!
Foto: Hot Celebs
Imagens que são a alegria dos voyeurs: Gisele sem blusa, flagrada por uma teleobjetiva

A top brasileira Gisele Bündchen foi flagrada em momento indiscreto durante ensaio em St. Barts, no Caribe. Gisele trocou de roupa dentro de um carro e acabou sendo fotografada quase nua em uma rua da ilha paradisíaca, um dos destinos preferidos dos famosos para férias.
Foto: Hot Celebs
Gisele trocou de roupa diante da produção do ensaio. Na sequência de fotos, feitas no último dia 22, é possível ver a top com uma microcalcinha cor da pele, e também sem camisa.
Foto: Hot Celebs
Vale lembrar que, pelo quarto ano seguido, Gisele é a modelo mais bem paga do mundo. Segundo a revista "Forbes", a modelo faturou 25 milhões de dólares entre junho de 2009 e junho de 2010. Isso considerando que Gisele fez uma pausa na carreira quando engravidou de Benjamin.
Foto: Nino Muñoz/Muse Magazine/Hot Celebs
Também gostamos de Gisele assim, quase inocente, mostrando-se para a câmera, no ensaio para a Muse Magazine

Nelson Calandra: Para recuperar o orgulho de ser juiz

Prioridade da AMB será a defesa dos magistrados

Em carta dirigida a vencidos e vencedores nas eleições da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), o desembargador Nelson Henrique Calandra prega a unidade da classe e reafirma os compromissos de priorizar a defesa do magistrado e o fortalecimento da entidade. "Seja onde for, onde houver um juiz aviltado em sua independência, lá estará a nova AMB para defendê-lo", afirma o presidente eleito.

Eis a íntegra da correspondência divulgada na última segunda-feira:


São Paulo, 29 de novembro de 2010.


Prezados Colegas,

Queremos dar um abraço em cada um dos 4.552 magistrados que optaram por dar NOVOS RUMOS à AMB e agradecer a todos os 8.800 votantes que legitimaram esta eleição. Agradecemos aos que se abstiveram, conclamando-os, também, a participarem da nossa jornada.

As palavras de agradecimento são preciosas, porém curtas, diante da dimensão de nossos compromissos. Compromissos esses, que só terão sentido sob a unidade de uma magistratura consciente de seus deveres, mas, sobretudo, atenta à defesa de suas prerrogativas e dos valores da justiça e da democracia, dos quais somos a base e a última trincheira. O apoio que recebemos nos possibilitará a busca da defesa dos legítimos interesses da magistratura.

Vamos abrir as portas da AMB para todos os magistrados, sejam estaduais ou federais, do 1º ou do 2º grau, trabalhistas ou militares, ativos ou inativos, do interior ou da capital. Queremos também receber aqueles que deixaram a Associação por razões, na maioria das vezes, compreensíveis. Agora, precisamos de todos os magistrados para o fortalecimento da AMB e para que contribuam na construção da unidade da classe, para enfrentarmos juntos as lutas que virão.

A partir de agora não há mais vencedores ou vencidos, houve disputa de idéias, modelos e propostas. Precisamos ter a noção exata de nossa nobre missão. É hora de virar também a página do passado de equívocos e reafirmarmos quem somos e o que queremos. Vamos construir uma nova AMB, com unidade e em defesa da magistratura brasileira.

O nosso compromisso maior, a nossa prioridade, é a defesa do magistrado. Qualquer que seja e onde estiver, ele não mais ficará esquecido. Seja onde for, onde houver um juiz aviltado em sua independência, lá estará a nova AMB para defendê-lo. É essa a nossa luta: resgatar a auto-estimar dos magistrados. Vamos mostrar que os juízes brasileiros têm valor e são gente que faz, pois o Brasil necessita de um Judiciário de cabeça erguida e independente.

Daqui para frente nada mais será discutido neste país sobre a magistratura que não passe pela AMB, seja no STF, nos tribunais, no CNJ e, principalmente, no Congresso Nacional, onde a construção é política e é fundamental que tenhamos capacidade de diálogo e interlocução. Não aceitaremos a relativização ou a flexibilização das prerrogativas dos magistrados. Nossa relação com o CNJ será institucional e respeitosa, mas estaremos sempre com a Constituição nas mãos, para garantirmos a independência dos juízes, suas prerrogativas e a autonomia dos tribunais.

Demos o primeiro passo na grande caminhada para recuperarmos o orgulho de sermos juízes. Vamos abrir as portas da AMB e entrar por elas de peito e coração abertos, para fazer uma gestão participativa e integrada. A construção será coletiva, sempre. Estamos convencidos de que o êxito de nossas conquistas será do tamanho da nossa capacidade de união e do tamanho de nossa força. Muito obrigado a todos e os convoco para inaugurarmos um ano e tempo novos de felizes conquistas para os magistrados.

Nelson Calandra

Presidente eleito da AMB

domingo, 28 de novembro de 2010

SEM BUROCRACIA


Me disseram que uma das primeiras medidas do Antonio Palocci, como ministro chefe da Casa Civil, será diminuir a burocracia no dia-a-dia do brasileiro, acabando com a existência da senha bancária.
Daqui pra frente, qualquer cidadão brasileiro poderá saber o saldo do caseiro Francenildo e constatar quanto ele recebeu de propina pra sair caluniando e difamando autoridades competentes. Que, no final, são sempre absolvidas (mesmo com 4 votos contrários…)

Polícia estima ter apreendido 40 t de maconha e detido 20 neste domingo

Cerca de 2.700 homens participaram da operação no Alemão, no Rio.
Número de fuzis localizados chega a 50, diz Secretaria de Segurança.

Do G1 RJ
Caminhão lotado de maconha é tirado do Conjunto de Favelas do AlemãoCaminhão lotado de maconha é tirado do Conjunto de Favelas do Alemão (Foto: Carolina Iskandarian/G1)
Balanço da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro divulgado pouco depois das 20h aponta que apenas neste domingo (28) foram presas 20 pessoas e apreendidas 40 toneladas de maconha no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte. O número diz respeito a ações feitas por todas as forças de segurança envolvidas na operação - polícias Civil, Militar, Federal e o Exército. A secretaria diz, ainda, que foram localizados 50 fuzis e grande quantidade de cocaína, que até esta noite não tinha sido pesada.
Só a Polícia Civil calcula ter localizado 13 toneladas do total apreendido no Alemão até esta noite. Pelos números da Polícia Civil, há ainda a localização de 200 kg de cocaína, 10 kg de crack, cerca de 500 frascos de lança-perfume, 10 mil munições de vários calibres e 50 coletes.
Para o 16º BPM, em Olaria, responsável pelo patrulhamento da área, foram levados os objetos tirados da favela por policiais militares. Entre o armamento levado para o Batalhão em Olaria há pelo menos 20 fuzis, seis submetralhadoras, quatro espingardas, quatro metralhadoras calibre ponto 30, quatro carabinas calibre 12, 9 pistolas, um revólver, oito granadas de mão e 13 granadas de bocal, que podem ser acopladas ao fuzil para o lançamento.
Participaram da operação na favela 2.700 homens. Em entrevista nesta noite, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou que "o Alemão era o coração do mal".
Drogas e armas apreendidas que chegaram à Core 
Drogas e armas apreendidas que chegaram à
Core (Foto: Lívia Torres/G1)
150 kg de cocaína
Parte das drogas e armas apreendidas no Alemão foi levada para a Coordendoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil. Entre o material, há 150 kg de cocaína, três toneladas de maconha, 500 frascos de lança-perfume e de 8 a 10kg de crack. Outras seis toneladas também vão ser levadas para a Core ainda neste domingo.
Segundo a Core, a cocaína foi avaliada em R$ 500 mil.
Além disso, os policiais militares de diferentes batalhões disseram ter apreendido cinco prensas para prensar maconha, uma máquina de corte para cortar a maconha em tablete, uma máquina para embalar a droga a vácuo, dois liquidificadores industriais, usados na mistura da cocaína, 20 coletes à prova de bala e rádios. Havia também maconha, cocaína e crack e munições de diversos calibres.
A Companhia de Cães da Polícia Militar participou de algumas ações no morro e, dentro de um bueiro, os cachorros acharam 4.200 munições, dois fuzis calibre 762, 9 pistolas e 1 granada de bocal. Ali perto, também acharam uma submetralhadora, 970 sacolés de cocaína, material de embalo de droga, 100 carregadores de fuzil e 20 de pistola.

Motos
Aproximadamente 50 motos apreendidas na operação já foram transportadas ao 16º BPM (Olaria) na tarde deste domingo. Os veículos foram encontrados em diversos pontos da região. Um reboque do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionado para levar as motos ao Batalhão.
Mortos
Três pessoas chegaram mortas no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, após os conflitos no Alemão. Um dos mortos foi ferido durante uma troca de tiros com a polícia por volta das 11h40. Os outros dois chegaram ao hospital durante a tarde. A informação é da Secretaria estadual de Saúde.
O inimigo agora é o mesmo
“A ocupação policial de favelas, enxotando traficantes, foi uma medida ousada. Só faltou combinar com a indústria da delinquência, alimentada a pão-de-ló por tanto tempo.” - Guilherme Fiuza
Foto: Getty Images
FALSA NORMALIDADE - Ônibus vem, tanque de guerra vai. Zona de guerra, no meio do povo, isso não é normal
Guilherme Fiuza
Fontes: Blog do Noblat


O governador do Rio declarou que os traficantes estão desesperados. Enquanto isso, o porta-voz da Polícia Militar orientava a população a manter a calma durante os ataques da bandidagem, explicando que é melhor perder o patrimônio do que a vida. E assim, com os bandidos em pânico e a população em paz, o Rio de Janeiro e o Brasil celebrarão mais uma vitória dos seus Napoleões de hospício contra o crime.

Foram décadas de investimento público na formação do exército de marginais. Proibição de drogas altamente rentáveis, tolerância populista aos territórios das “bocas de fumo”, polícia corrupta garantindo o ir e vir da cocaína e dos fuzis, governantes fazendo acordos tácitos com chefes de morro em nome da paz e dos votos. De repente, as autoridades resolvem melar o jogo - ou a parte mais visível dele.

A ocupação policial de favelas, enxotando traficantes, foi uma medida ousada. Só faltou combinar com a indústria da delinquência, alimentada a pão-de-ló por tanto tempo.

Para o público, que se sente vingado pelo Capitão Nascimento quando ele espanca um político na tela do cinema, está tudo OK. As coisas são simples assim. O ideal seria que Wagner Moura assumisse o lugar do secretário Beltrame e acabasse de vez com a raça dos vilões - cuja vocação é essa mesma, apanhar.
Foto: Associated Press
GUERRA A DOMICÍLIO - Imagina de repente uma guerra com tanques e armas pesadas começar a se desenrolar na porta de sua casa
O problema é que na vida real o roteiro é diferente. Não basta dizer que o inimigo agora é outro e ensinar o pessoal a detestar as milícias enquanto come pipoca. O inimigo agora é o mesmo - exatamente aquele que o poder público cultivou carinhosamente por uns 30 anos, com a hipocrisia bilionária das drogas proibidas e da inundação das favelas com armamento de última geração (que ninguém sabe, ninguém viu por onde passou).

Uma indústria robusta, que teve até blindagem ideológica: a claque do Capitão Nascimento chegou a apontar, como vilão da violência urbana, o maconheiro do Posto Nove.

Até Michael Jackson pediu autorização ao tráfico do Morro Dona Marta para filmar seu clipe mundial. O Rio de Janeiro e o Brasil assistiram, consentiram, dançaram conforme a música. O poder marginal virou uma instituição em solo carioca.
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MEIAS VERDADES - Obrigados a ficar sob a tutela das forças de segurança, para não serem alvejados, os jornalistas, não conseguem no momento tomar conhecimento do que exatamente está acontecendo
Na dinastia Garotinho, o antropólogo Luiz Eduardo Soares tentou depurar a polícia e quebrar a espinha dessa indústria. Foi expelido. Seu pecado: atacar a cadeia de complacências jamais quebrada por qualquer governo do Rio ou de Brasília.

De repente, como no cinema, vem a ordem: vamos invadir. Um ato heroico do governador Sérgio Cabral e de seu respeitável secretário de Segurança. Apenas um ato heroico.

Quem quebrou a espinha da indústria “Drogas & Armas S.A.”? Quem asfixiou seu poder de fogo (econômico e bélico)? Quem interveio para valer nas polícias fluminenses, madrinhas e sócias da firma? Não se tem notícias. Com quantos soldados confiáveis se finca UPPs suficientes para empurrar o poder marginal sabe-se lá para onde? Melhor convocar o exército chinês.
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AS VITIMAS INOCENTES - Como sempre são os civis inocentes quem acaba pagando a conta
As autoridades do Rio de Janeiro iniciaram, com amplo respaldo do eleitorado, uma guerra que não sabem como vai terminar.

Foi interessante ver alguns morros libertados do tráfico. Não foi interessante ver a proliferação de arrastões em áreas nobres e relativamente tranquilas da cidade. O que é pior?

No cardápio das escolhas de Sofia, surge a onda de atentados. Quem já foi arrancado de seu carro para não tostar junto com o patrimônio não está achando a menor graça nesse “Tropa de Elite 3”. Qual é o final possível desse filme?
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PODE NÃO ACABAR BEM - O emprego improvisado de inexperientes tropas do exército e da marinha na operação, é um risco muito alto
O Bope vai tomar a Rocinha numa batalha sangrenta e ficar lá para sempre? O tráfico, conformado, vai desistir dos territórios e das armas e se mudar pacificamente para a internet? Mais fácil o Rio virar Bagdá.

Não se combate um sistema criminoso enraizado no Estado com um punhado de operações policiais estoicas. Na Itália, a operação Mãos Limpas parou o país. No Brasil, o governo federal sequer se envolve. No máximo, tem espasmos de solidariedade e empresta umas tropas para o teatro de operações.
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FINGINDO-SE DE MORTA - Como não precisa mais dos votos dos cariocas, Dilma cala-se para “evitar desgaste”
A pouco mais de um mês de sua posse, a presidente eleita não dá uma palavra sobre a guerra. Parece estar preparando a transição para governar a Noruega.

Possivelmente Dilma Rousseff esteja sendo orientada por seus marqueteiros a ficar longe das chamas do Rio. É o que os especialistas chamam de “evitar o desgaste”. Desgaste mesmo é entrar num ônibus que pode virar um microondas na próxima esquina. Mas esse calor não chega até Brasília.

Os estrategistas do novo governo estão muito ocupados com temas mais urgentes, como a cota de mulheres no ministério. O show tem que continuar (com CPMF, que ninguém é de ferro).

Enquanto isso, o Rio se firma como capital nacional de um flagelo internacional, torcendo pela TV para que o Capitão Nascimento apareça no “Jornal Nacional” enxotando todos os bandidos da tela.

Quem sabe o super-homem não aparece também, com um plano nacional de segurança pública?
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FALSA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA - Desinformado o fotografo sente-se seguro atrás de um tanque de amianto. Como a população carioca, Está como a população carioca, com uma perigosa falsa sensção de proteção.