sábado, 29 de janeiro de 2011

Plebiscito sobre maioridade penal: 233 deputados a favor, 166 contra

Pelo menos 45% dos deputados da nova legislatura são a favor da realização de plebiscito sobre a redução da maioridade penal, indica levantamento feito pelo G1.
À pergunta "É a favor de plebiscito para redefinição da maioridade penal?", 233 disseram "sim", 166, "não", e 15 não souberam responder, totalizando 414 dos 513 deputados que farão parte da nova legislatura, que começa no dia 1º de fevereiro.
O levantamento do G1 ouviu opiniões a respeito de 13 temas polêmicos. Os resultados serão divulgados ao longo deste sábado (29). A reportagem conseguiu contato com 446 dos 513 futuros deputados. Desses 446, 414 responderam ao questionário e 32 não quiseram responder. Outros 67, mesmo procurados por telefone ou por intermédio das assessorias durante semanas consecutivas, não deram resposta – positiva ou negativa – às solicitações (leia mais sobre a metodologia ao final do texto).
Os 233 que se declaram contra a punição de pais representam 45,4% dos 513 que comporão a Câmara e 56,2% dos 414 que responderam ao questionário.
Constituição
Atualmente, a Constituição define como 18 anos a idade mínima para que alguém possa responder por um crime. Desde 2007, uma proposta de decreto legislativo sobre a realização de um plebiscito aguarda votação na Câmara dos Deputados.
A proposta, do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que foi reeleito, prevê três opções de resposta no plebiscito: manter a maioridade em 18 anos, fixá-la em 16 anos ou, ainda, em 14.
A redução da maioridade penal é um tema recorrente no Congresso. Desde a promulgação da Constituição, em 1988, o assunto é motivo de seminários, projetos de lei e pedidos de plebiscito – a maior parte das proposições que podem alterar a legislação, no entanto, acabou sendo arquivada.
Em geral, o assunto ganha força quando ocorrem crimes de grande repercussão praticados  com a participação de menores, como os das mortes do menino João Hélio, de 6 anos, no Rio de Janeiro (arrastado por 7 km após um assalto, em 2007); do casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé, em 2003; e do desaparecimento de Eliza Samudio, ex do goleiro Bruno.
De acordo com um levantamento da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, atualmente 16.940 adolescentes cumprem medida socioeducativa em unidades de internação do país. O número de menores internos quadruplicou em 13 anos e ficou praticamente estável entre 2008 e 2009.
Levantamento
O levantamento do G1 teve início em 29 de novembro e foi finalizado em 27 de janeiro. Envolveu uma equipe de 25 jornalistas de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A reportagem procurou todos os 513 deputados que assumirão mandatos na Câmara. No caso dos deputados que assumiram cargos no governo federal, em estados ou municípios, o G1 procurou o primeiro suplente das coligações para responder ao questionário.
Embora decisão de dezembro do Supremo Tribunal Federal diga que o suplente a ser empossado é o do partido (em razão de entendimento de que o mandato parlamentar pertence ao partido), o G1 procurou os suplentes das coligações. Isso porque essa decisão do Supremo vale para um caso específico e não se aplica automaticamente a situações semelhantes. De acordo com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), tomarão posse em 1º de fevereiro os suplentes das coligações.
A maioria dos parlamentares respondeu às perguntas por telefone, mas uma parte preferiu receber o questionário por e-mail para devolvê-lo impresso. Em todos os casos, os deputados foram informados de que não teriam suas respostas individualizadas.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Jeito chinês de educar filhos vira polêmica americana

“O debate sobre a necessidade de criar os filhos na linha dura ou na base de um autoritário modo asiático ronda na televisão, na Internet e está na capa de revistas, como esta da Time, na foto acima. O livro de Amy Chua, Battle Hymn of the Tiger Mother (O Hino de Guerra da Mãe Tigre), é best-seller, mas o que desfechou o debate foi um trecho publicado no Wall Street Journal com o título sensacionalista Porque as Mães Chinesas São Superioras "- Caio Blinder
Foto: Erin Patrice O'Brien/ The Wall Street Journal
MÃE TIGRESA E FILHOTES - Amy Chua e as filhas, Louisa e Sophia, em sua casa, New Haven, Conn
Um livro gerou polêmica nos Estados Unidos e na Europa por sugerir que os chineses têm mais sucesso na criação de seus filhos do que povos ocidentais por serem muito mais rígidos.

A professora de direito americana Amy Chua, 49 anos, filha de imigrantes chineses criados nas Filipinas, casada com um judeu americano, também professor de Yale, é a autora de Battle Hymn of the Tiger Mother (“Hino de Batalha da Mãe Tigresa”), livro em que relata a tentativa de criar suas filhas à "moda chinesa", sob influencia da sociedade e em território americano.

Amy impôs várias restrições às suas filhas, Louisa, de 15 anos, e Sophia, de 18, para que tivessem um desempenho escolar excepcional. Entre outras coisas, as meninas eram proibidas de ver TV, jogar videogame, dormir ou brincar na casa de uma colega, trazer colegas para casa, escolher atividades extra-escolares, ter qualquer nota que não fosse 10.

Além disto, eram obrigadas a tocar piano ou violino e serem as melhores alunas em todas as disciplinas da escola, exceto em Educação Física e arte dramática.

"Mesmo quando os pais ocidentais pensam que estão sendo rígidos, eles normalmente não chegam perto de serem mães chinesas", disse a professora, em artigo, que causou a maior polêmica, publicado no Wall Street Journal, intitulado “Por que mães chinesas são superiores”.

Para alguns o livro e o artigo no jornal americano, causou mais polêmica, por atingir a auto-estima americana, um complexo de inferioridade coletivo relacionado à prosperidade chinesa e a crise econômica dos Estados Unidos.

"Para ser bom em algo, é preciso trabalhar, e as crianças nunca querem fazer isso por conta própria", afirmou Amy. "Os chineses acham que a melhor maneira de proteger os seus filhos é prepará-los para o futuro, fazendo-os ver do que elas são capazes."

Foto: Album da família Chua >
FÉRIAS ? - Amy supervisiona Louisa, a mais nova, exercitando-se no violino. Detalhe a família estava de férias. Observar que a televisão está coberta com um tapete.
Num trecho do artigo de Amy publicado no Wall Street Journal ela diz que “os pais chineses entendem é que nada é divertido até que você seja bom nisso. Para ficar bom em qualquer coisa que você tem que trabalhar, e as crianças por conta própria não querem trabalhar, por isso é crucial a intervenção dos pais, para selecionar as suas preferências”.

“Isso muitas vezes requer coragem por parte dos pais, porque a criança vai resistir, as coisas sempre são os mais difíceis no início, que é onde os pais ocidentais tendem a desistir. Mas, se feito corretamente, a estratégia chinesa produz um círculo virtuoso. Tenacidade e prática, prática, prática é fundamental para a excelência; repetição mecânica é subestimado na América. Quando uma criança começa a se destacar em alguma coisa, seja matemática, piano, ou dançando balé, ele ou ela recebe elogios admiração e satisfação. Isto constrói a confiança e faz a atividade transformar-se numa diversão. Daí fica mais fácil para os pais, trabalhar com o a criança ainda mais.”

Foto: Album da familia Chua
FRUTOS DA CRIAÇÃO: - Sophia apresentando-se ao piano no Carnegie Hall, em 2007
A parte do artigo, porém, que causou mais polêmica, foi quando ela falou da sua experiência, quando criança, desse método chinês de educar os filhos:

“Os pais chineses pode ir longe com coisas que os pais ocidentais não podem. Certa vez, quando eu era jovem, a ser extremamente desrespeitoso com a minha mãe, meu pai com raiva me chamou de "lixo" em nosso dialeto Hokkien nativo. Funcionou muito bem. Eu senti-me terrível e profundamente envergonhada com o que tinha feito. Mas isso não prejudicou minha auto-estima ou qualquer coisa do gênero. Eu sabia exatamente o que ele pensava de mim. Eu realmente não acho que foi inútil ter-me sentido como um pedaço de lixo”.

O texto causou polêmica entre leitores e especialistas. Muitos viram nas opiniões de Amy a defesa de uma "superioridade" de pais chineses sobre os ocidentais, além de condenarem a falta de liberdade dada às crianças.

A professora se defendeu, afirmando que seu livro "não é um guia de como fazer as coisas; é uma memória, a história da jornada da nossa família em duas culturas" (lembrar que o pai das filhas de Amy é judeu).

Como nem tudo é perfeito, num trecho do livro, a mãe chinesa conta que num restaurante em Moscou, a filha de 13 anos, teve um chilique: “Eu odeio violino. Eu odeio minha vida. Eu te odeio. Eu odeio esta família”. A menina joga o copo de água no chão. A mãe tigresa amolece e dá permissão para a filha largar o violino e jogar tênis. Sophia, a mais velha, tem namorado.

O debate acabou como reportagem de capa da revista TIME, desta semana
Sobre isso o colunista Caio Blinder comenta:”Não dá para ser mãe tigresa permanente. O mesmo vale para a China: autoritarismo permanente não vai funcionar”.

Segundo o correspondente da BBC em Pequim Michael Bristow, ser extremamente rígido com crianças, determinando o que elas podem e não podem fazer em seu tempo livre, é uma prática consagrada e dificilmente contestada na China.

Muitos pais chineses acreditam que, sem esta filosofia, seus filhos não conseguirão entrar em uma boa universidade, o que eles veem como algo vital para garantir um emprego bem remunerado, afirma Bristow.

"O maior problema na China é que os pais estão cada vez menos dispostos a permitir que seus filhos sejam crianças", disse à BBC o professor e especialista em comportamento de pais Yang Dongping, do Instituto de Tecnologia de Pequim.

"Elas (as crianças) não têm uma infância feliz - tudo se trata de estudar, fazer provas e ter aulas particulares."

Yang afirma que este estilo de lidar com os filhos se desenvolveu em parte devido à tradição chinesa de enfatizar o aprendizado acadêmico. Para ele, esta filosofia limita a criatividade e a imaginação dos jovens.

Além disto, a política do país em permitir apenas um filho por casal - para conter o crescimento demográfico excessivo - também é considerada um problema, por colocar muita pressão sobre filhos únicos.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"Lixo extraordinário" leva o Brasil ao Oscar

O documentário feito em coprodução do Brasil com Reino Unido, sobre o artista plástico brasileiro Vik Muniz e seu trabalho com catadores de lixo no Rio de Janeiro, concorrerá ao Oscar. A pernambucana Karen Harley é uma das "codiretoras" da produção que é dirigida pela inglesa Lucy Walker. Algumas obras de Vik apareceram recentemente na abertura da novela "Passione" da Globo.
Foto: Divulgação
O cartaz internacional do filme, “Lixo Extraordinário” em inglês “Waste Land”
Fontes: Covering Media , G1, R7, Campina.com.br

A divulgação dos indicados para concorrer ao "Oscar 2011", trouxe uma doce supresa para o Brasil.

"Parece um sonho": é assim que o artista plástico brasileiro Vik Muniz diz ter recebido nesta terça-feira (25) a notícia de que o filme "Lixo extraordinário" (Waste Land) vai concorrer ao Oscar de melhor documentário. O longa-metragem, que é uma coprodução entre Brasil e Reino Unido, mostra o trabalho de Muniz com catadores de lixo no Rio de Janeiro.

"Estou muito feliz, porque foi uma história que começou por acaso e virou um filme de grande importância, porque consolida um grupo social e mostra o verdadeiro valor do lixo", afirmou o artista em entrevista ao G1 por telefone, minutos após saber da indicação.

Vik Muniz diz que acredita na vitória de "Lixo extraordinário" na premiação da Academia, que acontece dia 27 de fevereiro. "Entre os filmes indicados, é o mais forte, o mais premiado, nossas chances são muito grandes".
Foto: Fabio Ghivelder
“O documentário é sobre reciclagem humana”, afirmou Vik Muniz. De acordo com o artista plástico, a experiência de transformar em arte o material reciclado coletado em um dos maiores depósitos de lixo do mundo, localizado no Rio de Janeiro, marcou sua vida.
"Dirigido pela inglesa Lucy Walker em uma coprodução com a brasileira O2 Filmes, o documentário disputa o Oscar da categoria com "Exit through the gift shop", do artista plástico Banksy; "GasLand", de Josh Fox; "Trabalho interno", de Charles Ferguson; e "Restrepo", de Tim Hetherington e Sebastian Junger.

A pernambucana Karen Harley já esteve na disputa do Oscar. Ela fez a montagem, junto com Mair Tavares, do filme brasileiro, “O Quatrilho” de Fábio Barreto, que disputou a estatueta de melhor filme estrangeiro, em 1994.
Por conta das filmagens no Brasil, "Lixo extraordinário" teve participação fundamental de dois diretores do país, João Jardim e Karen Harley - que, no entanto, não aparecem na listagem de indicados divulgada pela Academia por constarem como "codiretores" nos créditos oficiais.

A pernambucana Karen Harley, que no início fazia a montagem do filme para João Jardim, acabou assumindo também a codireção mais tarde. "Quando o projeto começou, o que a gente sabia era que estávamos lidando com um assunto muito poderoso. A grande surpresa foi descobrir que pessoas são essas, que fazem um trabalho tão desumano, tão marginalizado", disse Harley,

Em comunicado divulgado por sua assessoria de imprensa, Jardim comemorou a indicação afirmando que "a mistura do olhar estrangeiro com o olhar brasileiro deu força para o filme”. Gravada ao longo de três anos, "Lixo extraordinário" acompanha um projeto social de Vik Muniz com catadores do lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ) - considerado o maior da América Latina e cenário de outro documentário premiado, "Estamira" (2004), de Marcos Prado.

Essa indicação surge em um momento muito oportuno, porque o lixão de Gramacho vai fechar em 2012 e não se sabe o que vai acontecer com os catadores. O Oscar pode dar visibilidade para a questão deles, que é a mais importante do filme", afirmou a codiretora pernambucana, que disse não saber ainda se vai estar na cerimônia do Oscar.

Vik Muniz, por sua vez, já faz planos. "Agora tenho outro desejo, que é levar o personagem do filme, o Tião, para Hollywood, para subir no palco e receber o prêmio", conta o artista, referindo-se a um dos catadores retratados no longa-metragem. "Nada mais justo do que homenagear essas pessoas, que fazem desse filme tão especial."
Foto: Divulgação
O paulista Vik Muniz é conhecido por produzir fotografias que reproduzem imagens artísticas usando materiais inusitados como açúcar, chocolate, lixo, diamantes, poeira e outros. Seu trabalho pôde ser visto recentemente na TV na abertura da novela "Passione".

Em cartaz desde a última semana nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, "Lixo extraordinário" teve uma trajetória vitoriosa ao longo de 2010. Sempre aclamado nos diversos festivais internacionais e nacionais dos quais participou.

Em reunião reservada, TCU julga procedente denúncia contra a Fundação José Sarney

Há suspeita de apropriação de patrocínio da PetrobrasMinistério da Cultura deve prestar contas em 60 dias
Em sessão extraordinária reservada, realizada no último dia 19, os ministros do Tribunal de Contas da União consideraram procedente denúncia oferecida em 2009 sobre suposta apropriação por parte da Fundação José Sarney de recursos públicos provenientes de patrocínio da Petrobras (Lei Rouanet).
Foi estipulado o prazo de 60 dias para o Ministério da Cultura "ultimar os procedimentos de apreciação de contas" do Projeto Pronac 05-2866 - Preservação dos Acervos Bibliográfico e Museológico da Fundação José Sarney. O projeto foi aprovado em 2005.
Os autos do TCU (*) deverão ser apensados a novo processo, a partir da prestação de contas pelo Ministério da Cultura.
Há 28 advogados constituídos. Foi retirada a chancela de sigilo.
Em janeiro de 2010, o jornal "O Estado de S.Paulo" revelou que a CGU (Controladoria-Geral da União) encaminhou relatório preliminar ao Ministério da Cultura, informando que a fundação desviara pelo menos R$ 129 mil do R$ 1,3 milhão que recebera em doações de patrocínio da Petrobras.
Segundo a CGU, a Fundação Sarney teria usado notas frias com endereços falsos para justificar os gastos com o dinheiro recebido da estatal.
Na ocasião, a Secretaria Especial de Comunicação do Senado divulgou nota informando que Sarney reafirmava não ter responsabilidade sobre a fundação, pois não faz parte da gestão da entidade.
"O senador espera que a diretoria da instituição dê os esclarecimentos necessários sobre o projeto de patrocínio em foco, e, caso seja procedente qualquer acusação, que os responsáveis sejam punidos na forma da lei", afirmava a nota.
Ainda segundo aquela assessoria, a fundação mantém um acervo pessoal de 50 mil livros, manuscritos de "grandes autores nacionais e estrangeiros", 400 mil documentos históricos e cerca de 4.000 objetos de arte.
Em setembro de 2009, reportagem de Fernanda Odila, da Folha, revelou que o relatório preliminar do TCU sobre os repasses da Petrobras para a Fundação José Sarney aponta "regularidade da conduta da estatal".
"Se há prejuízo ao erário federal, este se refere ao patrimônio da União e não o da Petrobras, sendo o Ministério da Cultura o órgão responsável pela avaliação das contas do ente beneficiário", dizia o TCU.
Naquela ocasião, a Petrobras informou que a fundação comprovou o uso dos recursos com relatórios das atividades e foram cumpridas as contrapartidas, que se limitavam à associação do nome e da marca da estatal ao projeto.
Um mês antes, em discurso no Senado para se defender de várias acusações, Sarney apresentou os estatutos da fundação e afirmou: "Nunca tive nenhuma função administrativa na fundação fundada por mim".
O relator do processo no TCU é o ministro José Múcio Monteiro Filho. Em novembro de 2009, a coluna Painel, da Folha, publicou a seguinte nota, sob o título "Setorista": "Não é apenas o processo sobre patrocínio da Petrobras à Fundação Sarney que José Múcio relatará no TCU. Dado o loteamento de temas vigente no tribunal, o ex-articulador político do Planalto cuidará de todos os casos relativos ao Maranhão".

Só nas absolvições de Renan Senado esteve completo

O site Congresso em foco mostra que na última legislatura, só em duas únicas ocasiões, todos os senadores estiveram presentes para votar, foram exatamente nas duas sessões que absolveram o cangaceiro alagoano Renan Calheiro. Não se sabe se foi corporativismo ou medo dos dossiês que o senador alagoano reuniu dos seus pares.


PIZZA PRESTIGIADA - Todos os 81 senadores compareceram para degustar a indigesta pizza do Senador alagoano
Fontes: Congresso em Foco, Veja

Num texto de Renata Camargo e Edson Sardinha, o site Congresso em Foco, diz que “Somente duas das 430 sessões ordinárias reservadas a votação nos últimos quatro anos reuniram todos os 81 senadores: foram aquelas em que o plenário livrou da cassação o ex-presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL). Em toda a legislatura, o Senado só esteve completo nas sessões deliberativas realizadas nos dias 12 de setembro e 4 de dezembro de 2007, quando o plenário derrubou dois pareceres do Conselho de Ética que recomendavam a cassação do peemedebista por quebra de decoro parlamentar.

Depois da primeira absolvição, as vésperas da segunda, a revista Veja, publicou um artigo que falava da chantagem dossiê montada pelo Senador Renan Calheiros, que explicava como ele conseguia ser absolvido sempre em terreno e tempos tão hostis:
Ilustração Revista Veja- Fotos José Cruz/ABR, Rafael Neddermeyer e Andre Dusek/AE
Segundo a Veja, Renan Calheiros montou seu dossiê com informações comprometedoras contra os colegas usando a estrutura funcional do Senado – atitude indecorosa que, sozinha, já seria causa para abertura de um processo administrativo contra Calheiros. Logo após a revelação de que ele tinha as despesas pessoais pagas por um lobista de empreiteira, o senador começou a preparar sua artilharia de defesa. Convocou a seu gabinete o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, a secretária da Mesa, Cláudia Lyra, e o primeiro-secretário, senador Efraim Morais e distribuiu tarefas de coleta de dados sobre os companheiros senadores com o propósito de montar dossiês.

Em um computador, Renan acrescentou aos arquivos dados de sua própria memória das relações com o governo, em que não faltam histórias de favores, nem sempre lícitos, prestados a alguns colegas. A munição reunida, segundo assessores do presidente, poderia levar um terço dos senadores ao Conselho de Ética. Seria um trunfo para Renan provar que não é pior do que ninguém no Senado.

Pelo menos dez senadores do PSDB e do DEM teriam votado, na primeira votação, pela absolvição de Renan Calheiros motivados pelo que consta sobre eles nas fichas do presidente do Congresso. Agora, o arsenal está apontado para a testa dos petistas que ameaçam se rebelar.

Além de Tião Viana, outros três senadores do PT estão na mira de Renan. O ex-líder do governo, Aloizio Mercadante, surpreendeu todos ao pedir votos contra a cassação do presidente do Congresso. Mercadante tinha lá seus compromissos com o governo, mas Renan deu uma ajudazinha. Fez chegar a Mercadante a notícia de que ele guarda reminiscências de uma certa reunião ocorrida no fim do ano passado, logo depois da eleição presidencial, da qual participaram, além do próprio Renan, líderes do PSDB e do Democratas. Mercadante teve assessores envolvidos no escândalo do chamado "dossiê dos aloprados", e a oposição queria pedir a abertura de um processo contra ele no Conselho de Ética. Com sua habilidade negocial, Renan conseguiu convencer os líderes a desistir da idéia. "Ele pode estar usando isso contra mim, mas nunca lhe pedi que me defendesse. Não fui denunciado, não existe nenhuma prova do meu envolvimento", diz Mercadante.

Ideli Salvati, subserviente fidelidade canina a Renan Calheiros (que nos perdoem os caninos)
Na ficha que Renan guarda sobre a senadora petista Serys Slhessarenko está registrada outra história de gratidão. Serys foi apontada como um dos parlamentares envolvidos na máfia dos sanguessugas. Seu genro, funcionário do gabinete em Brasília, recebeu dinheiro da empresa beneficiada com verbas do Orçamento liberadas a partir de emendas apresentadas pela senadora petista. Renan articulou com sucesso para livrar a senadora de um processo de cassação e nunca revelou os detalhes do que sabe sobre o envolvimento dos petistas com os sanguessugas.

A líder do partido, Ideli Salvatti, uma canina defensora de Calheiros, é o alvo mais precioso das ameaças do senador. Renan já mandou dizer à senadora que instalará a CPI das ONGs assim que Ideli ou o PT derem sinal de que mudaram de lado. Ideli tem ligações umbilicais com petistas de ONGs envolvidas em desvios e financiamentos irregulares de campanhas em Santa Catarina, seu berço político. Na semana passada, em reunião da bancada do PT, oito dos doze senadores do partido defenderam que se fizesse uma manifestação formal pelo afastamento de Renan. Mas Ideli, ainda exercendo o papel de diligente defensora de Calheiros, convenceu os colegas a desistir da proposta em nome da "paz no Senado". Um confronto verdadeiro do PT com Renan Calheiros seria letal para o senador. Mas os senadores do PT não estavam dispostos a pagar o ônus para suas imagens que a artilharia de Renan podia provocar. E ele acabou saindo "ileso" dos escândalos e parece mais poderosos que nunca.

Tanto que Renan Calheiros faz parte do acordo feito com a Presidenta, Dilma Rousseff e o PMDB, garantido que ele sucederá o mafioso José Sarney, em 2012, na presidência do Senado. Será que ele tem também um dossiê Dilma Rousseff?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Espanha inaugura Centro Cultural Niemeyer no aniversário do arquiteto

Centro é instalado numa área de 44 mil metros quadrados com quatro edifícios com capacidade para 10 mil visitantes por dia. Foto: Centro Niemayer/Divulgação
O aniversário de 103 anos de Oscar Niemeyer será comemorado nesta quarta-feira na cidade espanhola de Avilés, norte do país, com a inauguração do maior projeto do arquiteto brasileiro na Europa.
O “presente” é o Centro Niemeyer, um complexo cultural que custou R$ 100 milhões.
Instalado em uma área de 44 mil metros quadrados, com quatro edifícios e capacidade para 10 mil visitantes por dia, o local concentra teatros, auditório, museu, centro de convenções, espaços gastronômicos e um “Film Center” cuja programação será coordenada por Woody Allen.
O projeto, que também é o primeiro de Niemeyer na Espanha, tem claras referências a Brasília e ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói.
Sinuosidades
O centro está rodeado por jardins em um espaço que o arquiteto idealizou para ser “uma grande praça aberta a todos os homens e mulheres do mundo, um grande palco de teatro sobre o rio e a cidade velha”, como aparece no projeto original.
As áreas internas seguem a linha de sinuosidades, jogos de luz e contínuo uso da cor branca em praticamente toda a estrutura.
Entre as personalidades e instituições internacionais que vão colaborar com a programação do Centro Niemeyer estão o Carnegie Hall de Nova York, o escritor Paulo Coelho e o cientista Stephen Hawking.
A obra já ganhou apelidos como “a Brasília espanhola” e comparações com outros projetos arquitetônicos como o Museu Guggenheim de Bilbao, a quem a imprensa da Espanha diz que “ganhou um rival”.
A inauguração nesta quarta-feira contará com uma festa para 500 convidados e abre uma série de eventos promovidos pela ONU.
Oscar Niemeyer deverá participar “virtualmente” da inauguração por uma conexão online, segundo informou a organização.

Atentado mata pelo menos 35 pessoas em aeroporto de Moscou

Atendimento de feridos no aeroporto russo
Aeroporto é o mais movimentado que serve Moscou
Uma explosão no aeroporto internacional de Domodedovo, na região de Moscou, matou pelo menos 35 pessoas e feriu mais de cem nesta segunda-feira, segundo o Ministério da Saúde da Rússia.
Autoridades estão atribuindo a explosão, ocorrida às 16h40 locais (11h40 em Brasília), a um atentado suicida na área de desembarques do aeroporto.
Uma equipe de investigadores foi enviada ao aeroporto para apurar o caso, e há relatos não confirmados de que um homem-bomba foi identificado. O presidente russo, Dmitri Medvedev, ordenou que a segurança fosse reforçada em todos os aeroportos do país e que fosse criada uma comissão de inquérito para apurar o caso.
“Depois de eventos similares (em referência a atentados prévios), criamos legislação apropriada. Temos que checar se ela foi aplicada, porque obviamente houve lapsos (de segurança). Temos que chegar ao fundo disso”, disse o presidente.
Domodedovo é o aeroporto mais movimentado que serve Moscou, sendo utilizado por muitos executivos e turistas. Ele está localizado a 42 km do centro da capital russa.
Segundo o correspondente da BBC em Moscou Steve Rosenberg, a polícia foi colocada em alto nível de alerta na capital russa e está procurando itens suspeitos no sistema de transporte público da cidade.
'Carnificina'

Ataques extremistas na Rússia

  • Outubro de 2010 – Seis pessoas morreram quando militantes atacaram o Parlamento checheno, no norte do Cáucaso
  • Março de 2010 – Bombas em duas estações de metrô de Moscou deixam 40 mortos; ataques são atribuídos a extremistas do Cáucaso
  • Novembro de 2009 – Uma bomba reivindicada por um grupo islâmico do Cáucaso atinge um trem que liga Moscou a São Petersburgo, deixando 26 mortos
  • Setembro de 2004 – Rebeldes chechenos ocupam escola em Beslan; 334 reféns, entre eles diversas crianças, morrem no episódio
  • Agosto de 2004 – Mulher-bomba causa explosão em estação de metrô de Moscou, matando dez pessoas
  • Agosto de 2004 – Dois aviões que haviam decolado de Domodedovo explodem no ar pela ação de suicidas, matando 89 passageiros e tripulantes
Segundo a agência russa RIA Novosti, muita fumaça podia ser vista no aeroporto após a explosão. Um forte cheiro de queimado também era notado. No serviço de microblogging Twitter, testemunhas afirmam que Domodedovo foi cenário de uma "carnificina".
"Nós estávamos saindo da área de desembarque em direção aos carros e houve esta explosão poderosa, um barulho enorme", disse à BBC o britânico Mark Green, que havia chegado a Domodedovo pouco antes do incidente.
"Nós então não sabíamos que era uma explosão, e meu colega e eu nos olhamos e dissemos, 'Cristo, isso se parece com um carro bomba ou algo do tipo'", afirmou Green. "O barulho literalmente sacudiu as pessoas."
Outro passageiro, um australiano, contou que estava na fila de imigração quando ouviu um estrondo que fez as paredes tremerem. “Quando chegamos na área de desembarque do aeroporto, vimos diversos corpos, além de pessoas feridas que não conseguiam nem falar.”
Moscou já havia sido alvo recente de atentados de grupos extremistas em março de 2010, quando duas mulheres-bomba mataram 40 pessoas no metrô da capital. Os ataques foram reivindicados por separatistas da região da Chechênia, que dizem querer unir ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso em um Estado islâmico independente.
Mapa do local atingido pela explosão desta segunda-feira
O comentarista de segurança da BBC Gordon Corera explica que as suspeitas do atentado em Domodedovo também recaem inicialmente sobre os grupos rebeldes do Cáucaso.
Esses militantes, diz Corera, tentam embutir na população a percepção de que o governo de Medvedev é incapaz de prover segurança.
A agência russa Interfax diz ter sido informada extraoficialmente de que a polícia encontrou uma cabeça de "aparência árabe" que supostamente pertenceria ao responsável pela explosão. Segundo a agência, o homem era morador do Norte do Cáucaso, região predominantemente muçulmana.
Aviso
Segundo disse uma fonte oficial à RIA Novosti, os serviços de segurança russos haviam recebido um alerta sobre a possibilidade de um ataque terrorista no aeroporto moscovita.
“Investigadores estavam buscando três suspeitos, mas eles (os supostos extremistas) conseguiram entrar no aeroporto sem encontrar obstáculos, acompanhar o momento da explosão, feita por um de seus cúmplices, e depois deixar o aeroporto”, disse a fonte não identificada.
Em comunicado, o presidente dos EUA, Barack Obama, condenou “esse atroz ato terrorista contra o povo russo no aeroporto de Domodedovo” e expressou “solidariedade do povo americano com o povo russo, após esse ataque premeditado contra civis inocentes”.
O Itamaraty comunicou que o governo brasileiro "recebeu com consternação a notícia do ataque" e que "deplora a ação de grupos radicais que recorrem a atos de violência contra civis".
Autoridades britânicas e da União Europeia também enviaram mensagens de condolências ao governo russo, e o secretário-geral da ONU, Ban ki-Moon, se disse "horrorizado com o terrível atentado".
Medvedev adiou sua viagem a Davos, para o Fórum Econômico Mundial, por conta da tragédia desta segunda-feira

domingo, 23 de janeiro de 2011

Tragédia no Rio ilustra negligência criminosa das autoridades, diz 'Le Monde'

Militar retira corpos de área atingida por deslizamento de terra em Nova Friburgo

As enchentes e deslizamentos de terra que deixaram mais de 700 mortos na região serrana do Rio são mais um exemplo da “negligência criminosa” das autoridades brasileiras, segundo afirma um artigo publicado nesta quinta-feira pelo diário francês Le Monde.
“A nova tragédia, como outras no passado, ilustra a negligência criminosa de algumas autoridades eleitas. Por demagogia ou interesses eleitorais, eles deixaram que o concreto tomasse os morros, ou mesmo encorajaram a especulação imobiliária”, afirma o artigo.
Para o jornal, “a fúria da natureza tropical” pode ter sido a responsável inicial pelo desastre, mas “os céus têm menos culpa que os homens”.
“Não há fim no inventário das muitas falhas que levaram à tragédia”, diz o artigo, citando falta de capacidade para previsões meteorológicas precisas, inexistência de sistemas de alerta e a ocupação irregular em áreas de risco.
Regra
O diário observa que dados oficiais indicam que 5 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco e que a própria presidente, Dilma Rousseff, admitiu que a situação é “mais a regra do que a exceção”.
Para o jornal, as responsabilidades pelo problema estão em todos os níveis do Estado. “A prevenção não faz parte dos discursos dos políticos, totalmente focados em ações imediatas, porque isso daria pouco retorno a eles nas eleições”, afirma.
O artigo observa ainda que o próprio governo brasileiro havia admitido, em novembro do ano passado, que não havia implementado nenhuma das medidas recomendadas para informar, educar e alertar comunidades sob risco. “Nem mesmo com a criação de um banco de dados ou um site na internet”, diz.
O jornal cita ainda a consultora da ONU Debarati Guha-Sapir, do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres (Cred), de Bruxelas, na Bélgica, para quem é um absurdo que o Brasil, com “apenas um perigo natural para administrar”, não consiga fazê-lo.
“Este foi o 37º deslizamento de terra no Brasil em menos de dez anos”, observa. “Imagine se o país também enfrentasse terremotos, vulcões ou furacões. O Brasil não é Bangladesh, não tem desculpas”, afirma.

O ex-banqueiro Edemar Ferreira finalmente despejado

O juiz mandou o Oficial de Justiça retirar o ex-dono do Banco Santo de dentro da sua mansão monumental no Morumbi. Pelo menos por enquanto parece que a justiça está conseguindo domar o batalhão de advogados, influências políticas e brechas legais que sustentam Ademar em liberdade, curtindo a vida, como se não houvesse dado um golpe de R$ 2,7 bilhões na praça. Como próximo passo espera-se que ele seja recolhido ao presido para cumprir a pena de 21 anos a que foi condenado. Será?
Foto: Evelson de Freitas/AE
BANQUEIRO SEM TETO - O ex-banqueiro Edemar Ferreira dentro da biblioteca da mansão cinematográfica. Despejado, está morando num flat, quarto e sala
Fontes: O Globo, ”thepassiranews”, Estadão, Veja, Gazeta Web, R7, Blog Ovadia Saadia

O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, dono do Banco Santos, liquidado em 2004 e sua mulher, Márcia de Maria Costa Cid Ferreira, foram finalmente despejados nesta quinta, da mansão de 4 mil m² onde moravam.

O juiz Régis Rodrigues Bonvicino da 1.ª Vara Cível de Pinheiros, que vem fazendo um trabalho corajoso e paciente para aplicar à lei e fazer justiça, determinou a saída imediata do casal da moradia, após todos os tramites legais do despejo, que havia tecnicamente sido decretado desde 10 de dezembro passado.

O passo seguinte é leiloar a mansão e as centenas de obras de artes que lá estão, para tentar reduzir os prejuízos dos credores que o golpista ludibriou na sua gestão fraudulenta, diante o Banco Santos e outras empresas do grupo. Mas não nos demos por satisfeito, o ex-banqueiro ainda pode recorrer a tribunais superiores, pedindo a revisão do ato do juiz, tentar obter liminares para não permitir a realização do leilão e continuar luxuosamente instalado em alguma outra sua propriedade.

A impunidade dos poderosos é uma rotina brasileira, o processo contra Ademar já rola há pelo menos 7 anos desde que o Banco Central interveio no Banco de Santos, onde se detectou um rombo de pelo menos R$ 2,7 bilhões.

Edemar Ferreira o ex-dono do Banco Santos já foi condenado, em dezembro de 2006 a 21 anos de prisão, pelo juiz Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, responsável pelo processo criminal do caso. Mas até agora só passou sete meses na cadeia, libertado que foi por um habeas corpus concedido pelo Ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal, para responder o processo em liberdade.
Foto: Jonne Roriz/AE
PUXADINHO DO BANQUEIRO - A mansão de Edemar faz as outras mansões do Morumbi choupanas
Saiu da cadeia para morar na Mansão que ocupa uma área de 4.100 m2, no bairro do Morumbi, um dos mais nobres de São Paulo. Projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake e decorada pelo famoso arquiteto norte-americano Peter Marino, a casa com a fachada de concreto aparente custou R$ 142,7 milhões. Só a mesa de mogno da sala de jantar, para 20 pessoas, consumiu US$ 390 mil (R$ 652 mil). Uma luminária do alemão Ingo Maurer custou 262,5 mil euros (R$ 592 mil). Atualmente, o imóvel sem os móveis e as obras de arte, está avaliado em R$ 60 milhões.

O andar térreo tem duas galerias de arte, com pé-direito de nove metros, e uma biblioteca. Numa das galerias cabem 250 pessoas.

O centro de distribuição de energia elétrica seria suficiente para iluminar uma cidade de 5.000 habitantes. Os elevadores são pneumáticos porque Edemar não gosta do barulho dos motores.

A mansão abrigava uma coleção de arte avaliada em 30 milhões de dólares, a maioria atualmente armazenada em museus de São Paulo, com 11.000 peças, que incluía desde esculturas e pinturas – modernas e contemporâneas – até peças arqueológicas, como um sarcófago egípcio e uma coleção de mapas antigos.

Fotos: Caio/Skyscraper City
Em 12 de novembro de 2004, o Banco Central decretou a intervenção do Banco Santos e afastou Edemar do controle da instituição financeira. Foi nomeado como interventor o senhor Vânio Cesar Aguiar, que ficou responsável apurar responsabilidades e constatar o montante do rombo, hoje avaliado em R$ 2,7 bilhões.
O autor do pedido de despejo foi o administrador judicial da massa falida da Atalanta, uma empresa criada por Edemar para tentar evitar que seus bens fossem sequestrados, segundo interpretação do juiz federal Fausto Martin de Sanctis, que o condenou pelos crimes financeiros.

Hoje a massa falida da empresa é tecnicamente proprietária da mansão de Edmar, que para continuar morando na própria casa, ao sair da prisão, teve que assinar um contrato de locação, comprometendo-se a pagar R$ 20 mil mensais de aluguel a Atalanta. Como não cumpriu a obrigação básica de locador, que é pagar o aluguel, a dívida acumulada já alcança R$ 1,727 milhão, foi despejado, com qualquer mortal, e condenado a pagar em 15 dias o valor devido.

Edemar estava na casa por volta das 11h de hoje quando recebeu a desagradável visita de Vânio Aguiar, o administrador judicial da massa falida do banco e da empresa Atalanta acompanhado de um oficial de Justiça. Edemar tentou reverter a ordem de despejo até o último momento, apesar de ter sido intimado a sair da residência desde 10 de dezembro não retirara nem roupas nem objetos pessoais da casa.

Não teve como resistir à ordem judicial de despejo pedido pela Atalanta:

”Defiro o pleito para que o oficial só deixe a residência após o cumprimento da tarefa ora determinada” – dizia o despacho do Juiz.

Pelo que se tem notícia, Edemar mudou-se provisoriamente para um flat. Espera-se que em breve ele se mude para um local mais adequado; algum presídio paulista, onde deve ficar por um longo período, supõe-se.
Fotos: Blog do Ovadia Saadia
TUTTI BUONA GENTE - A recepção do casamento dos empresários Helena Mottin (65) e Eder Veneziani (49), no Leopolldo da Avenida Faria Lima, em outubro passado, teve a oportunidade de reunir a fina flor, um tanto apodrecida, da sociedade paulista. Destacavam-se dois convidados VIPS: o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, condenando a 21 anos de cadeia, com sua esposa Márcia e Paulo Maluf, que dispensa apresentação, com a esposa Silvia. Felizes e impunes curtem a noitada protegidos por habeas corpus concedidos pelo STF.